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O presidente francês, Nikolas Sarkozy buscar, manifestou nesta segunda-feira (27), durante a abertura da XV Conferência dos Embaixadores em Paris, seu desejo de que o G8 buscar, grupo que reúne os países mais industrializados do mundo, "se torne G13", e que dele participem Brasil, China, Índia, México, e África do Sul.

"O diálogo mantido com os mais altos dirigentes de China, Índia, México e África do Sul durante as recentes cúpulas do G8 deveria ser institucionalizado", afirmou o presidente francês. "Quero que o G8 se converta em G13", compleou.

"Tanto os acordos econômicos, como a necessidade de uma cooperação estreita entre os países industrializados e os grandes países emergentes na luta contra a mudança climática justificam esta evolução", disse.

Hoje, o G8 é formado pelos sete países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e mais a Rússia.

Em seu discurso, o presidente francês expôs suas idéias sobre a atividade diplomática francesa e sua visão do mundo.

Sobre as Nações Unidas, Sarkozy disse que sua reforma está indo bem, mas falta vontade política para aplicá-la, especialmente a "necessária" ampliação do Conselho de Segurança.

Irã

Sarkozy indicou como principais desafios no mundo evitar um conflito entre o Ocidente e o Islã, integrar os países emergentes em uma ordem justa e lutar contra a mudança climática e as pandemias.

O primeiro objetivo do presidente é conseguir uma França forte do ponto de vista econômico, diplomático e militar, com uma sociedade "reconciliada consigo mesma", e só a partir dessa base poderá fazer sua voz ser ouvida no mundo.

Com relação ao extremismo islâmico e a sua postura de rejeitar abertura, modernidade e diversidade, Sarkozy propôs encorajar as forças moderadas e tolerantes dos países muçulmanos e uma maior cooperação econômica, com ênfase na energia, sobretudo a "do futuro, a eletricidade nuclear".

"Assim se combatem a miséria e a explosão do terrorismo", disse o presidente francês, a favor de redobrar esforços para resolver a crise palestino-israelense, que deverá ter suas soluções revisadas.

No entanto, a crise mais grave é a gerada pelo programa nuclear do Irã, país com o qual são necessários "um diálogo sem complacência" e a ameaça de sanções, pois, caso contrário, "haverá uma alternativa catastrófica: a bomba atômica iraniana ou o bombardeio do Irã".

Sobre os países emergentes, Sarkozy disse que é preciso integrá-los de modo que cumpram uma série de responsabilidades em matéria de meio ambiente, defesa dos direitos humanos e desenvolvimento econômico sustentável.

Estes aspectos estão relacionados à necessidade de que a comunidade internacional dê respostas ao aquecimento global, às novas pandemias e à segurança energética.

O presidente francês aproveitou para criticar os Estados Unidos por não liderarem a proteção do meio ambiente e também pelo "recurso unilateral à força", em alusão ao Iraque.

Além disso, criticou a Rússia por sua "brutalidade" ao empregar recursos como o gás e o petróleo para fazer valer seu papel no mundo.

Sarkozy pediu aos países que têm tropas no Iraque que definam "uma perspectiva clara" de retirada dos soldados, que permitirá aos iraquianos "medir suas responsabilidades e se organizarem conseqüentemente".

A retirada das tropas estrangeiras beneficiaria o processo, e só a partir desse momento a comunidade internacional "poderá atuar de modo mais útil", incluindo a França, segundo o presidente.

No âmbito europeu, Sarkozy se mostrou favorável à abertura de novos capítulos da negociação com a Turquia e a uma reflexão geral sobre os valores e fronteiras da União Européia, embora insistiu em que prefere a associação com o país, e não a adesão.

O presidente disse que o desbloqueio sobre o tratado institucional, alcançado em junho, permite a criação do projeto europeu, para o qual propôs a constituição de um grupo de dez ou doze "sábios" que estabeleçam "que Europa e com que incumbências" haverá até 2030.

A União Européia deveria ser "ator de pleno direito" da União Mediterrânea, uma idéia de Sarkozy para fomentar a colaboração entre países das duas margens.

Embora existam formatos de cooperação sobre essa situação, como a Conferência Euro-mediterrânea ou o chamado 5+5, Sarkozy afirmou que sua idéia se distingue porque se baseia na "solidariedade concreta".

O plano consiste em programas para o crescimento econômico, o meio ambiente, o diálogo entre culturas e o espaço de segurança.

Partidário de reforçar os aspectos de política externa e de segurança da União Européia, Sarkozy vê a Otan como um elemento complementar e compatível e afirmou que "somos aliados, o que não significa alinhados" em todos os temas, em relação aos Estados Unidos.

Embora a Europa seja "a prioridade" exterior da França, o presidente não esqueceu de mencionar um território de tradicional influência, como a África.

Ele quer ajudar o continente africano a aderir de forma plena à globalização.

Sarkozy anunciou que quer presidir uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em setembro dedicada à segurança e à paz da África, com a presença de chefes de Estado.

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