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O que pensa Sarkozy

ONU – O número de membros permanentes do Conselho de Segurança deve ser ampliado, com uma das vagas para o Brasil.

G-8 – O grupo deve incorporar Brasil, México, China, Índia e África do Sul, tornando-se G-13.

Ir㠖 É inaceitável que o país consiga produzir uma bomba atômica, mas tem o direito de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos.

Iraque – A guerra foi um erro, e os EUA precisam estabelecer um cronograma para retirar as tropas do país.

Grupo começou com os 5 países mais ricos

Paris – No princípio era o G-5, uma reunião informal dos ministros das Finanças dos cinco principais países industrializados da época (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França e Grã-Bretanha), que se passaram a se encontrar regularmente na década de 1970 para discutir os rumos da economia mundial. A partir de 1975, a iniciativa passou a envolver diretamente as lideranças políticas dos países participantes..

A primeira cúpula do G-5, realizada em 1975 em Rambouillet, foi na verdade um G-6, uma vez que a Itália, que ocupava então a presidência rotativa da Comunidade Econômica Européia (CEE), também foi convidada. Na segunda reunião, organizada no ano seguinte em Porto Rico por causa de pressões de Washington, a presença da Itália e do Canadá foi oficializada, levando ao nascimento do G-7. Em 1991, em Londres, o G-7 admitiu a entrada de Mikhail Gorbachov, pouco antes do desaparecimento da União Soviética. Nos anos seguintes, a Rússia participou dos encontros como convidada, até se tornar membro pleno do grupo em 1988, em Birmingham, quando o G-7 virou G-8.

A transformação de G-8 em G-13, proposta ontem em Paris pelo atual presidente da França, Nicolas Sarkozy, retrata a necessidade dos países mais ricos de se abrir em direção às nações emergentes.

Paris – O Brasil recebeu um forte apoio diplomático para passar a ter um papel político mais importante no cenário internacional. Num encontro com todos seus embaixadores em Paris, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse ontem que o Brasil deve ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, além de passar a fazer parte do G-8, o grupo de países mais ricos e a Rússia. O anúncio ocorreu em meio a ameaças ao Irã, reações à política externa da Rússia e críticas à presença americana no Iraque, no primeiro discurso de Sarkozy sobre a política exterior de seu governo.

O palco utilizado pelo presidente francês foi a XV Conferência de Embaixadores da França, que reuniu mais de 180 diplomatas. No discurso de abertura do encontro, Sarkozy definiu quais seriam as diretrizes da postura diplomática do país nos próximos anos. Um dos principais pontos foi a defesa de uma ampliação institucional do G-8, que incluiria permanentemente Brasil, China, Índia, México e África do Sul, passando a se chamar G-13.

"A coordenação econômica e a necessidade de uma cooperação estreita entre os países mais industrializados e os grandes emergentes para lutar contra a mudança climática justificam esta evolução", disse o mandatário francês.

"O G-8 deve continuar sua lenta transformação. O diálogo realizado durante os últimos encontros, com os mais importantes líderes de China, Índia, Brasil, México e África do Sul deve ser institucionalizado e durar um dia inteiro (a cada reunião do grupo de países). Gradualmente, o G-8 deve se tornar o G-13.", defendeu.

O presidente da França também se referiu a "mudanças necessárias" no Conselho de Segurança da ONU, principal organismo decisório da entidade. Ele citou nominalmente Brasil, Alemanha, Índia, Japão e "uma justa representação para a África". Os quatro países mencionados por Sarkozy já uniram esforços diplomáticos para pleitear vagas permanentes no conselho, sendo chamados de G-4.

A França é um dos cinco países que têm assento permanente e direito a veto no conselho, ao lado de EUA, Rússia, Reino Unido e China.

Reação

As declarações de Sarkozy foram bem recebidas pelo Itamaraty. Na avaliação dos diplomatas, ele está beneficiando o Brasil, em seu empenho de se projetar no cenário mundial, reforçando o papel brasileiro como articulador e líder das nações em desenvolvimento.

A inclusão do Brasil e outros países, como México, Índia e África do Sul, no G-8, embora não seja uma idéia nova, ganhou ontem um caráter mais institucional, analisou uma alta fonte da diplomacia brasileira. A bandeira vem sendo defendida pelo chanceler Celso Amorim, que acredita que a aproximação entre países ricos e em desenvolvimento facilitará o diálogo de questões cruciais da atualidade.

Quanto à candidatura do Brasil a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, a França já é um velho aliado do país. Foi um dos primeiros países, ainda na gestão do antecessor de Sarkozy, Jacques Chirac, a apoiar a idéia. Os franceses, aliás, estavam entre os co-patrocinadores do projeto de resolução do G-4 (Brasil, Alemanha, Japão e Índia), postulantes a vagas permanentes, de 2005.

Uma fonte do Itamaraty lembrou que, há cerca de dois meses, ao ser eleito com mais de 50% dos votos, Sarkozy reforçou o apoio da França ao Brasil, ao receber felicitação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E agora, o presidente francês tornou público o que pensa.

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