Sarkozy toma posse amanhã e prepara batalha das reformas

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Paris – O presidente eleito da França, Nicolas Sarkozy, possui um ambicioso programa de reformas, mas depara-se com o desafio de implantá-lo de forma a evitar os intensos protestos de rua que marcaram outras tentativas do tipo. Sarkozy toma posse amanhã e pretende dar início imediatamente a um programa de cem dias que mudaria leis dos setores trabalhista, educacional e fiscal, tornaria mais rígida a punição contra criminosos jovens e tentaria solucionar o impasse em torno da nova Constituição da União Européia (UE).

O futuro dirigente da França deve ainda adotar medidas que aumentam os gastos públicos, incluindo leis para tornar dedutíveis o dinheiro gasto com o pagamento de juros de hipoteca e prometeu incluir os sindicatos no processo de discussão das reformas.

Os próprios sindicatos ainda não se manifestaram a respeito desses planos, mas o chefe do poderoso CGT advertiu na semana passada que a tranquila vitória de Sarkozy nas urnas não lhe conferia "legitimidade para fazer qualquer coisa".

Protestos

Os estudantes, de outro lado, já realizaram um protesto contra o projeto de conceder maior autonomia fiscal às universidades e permitir um controle maior sobre a seleção de alunos. Mas a oposição mais intensa ao novo programa deve partir mesmo dos sindicatos. "Se ele implantar metade do que prometeu, então haverá vários tipos de problemas", disse na semana passada Jacques Attali, um assessor importante do ex-presidente socialista François Mitterrand.

Entre as principais medidas planejadas por Sarkozy estão uma lei obrigando o setor de transportes públicos a funcionar com uma frota mínima durante as greves e uma outra lei criando um contrato de trabalho mais flexível. Esse novo contrato, algo que, segundo Sarkozy, incentivará a contratação de funcionários ao tornar mais fácil a demissão deles, vem sendo considerado um dos elementos centrais do programa dele, mas também o elemento que promete ser o mais problemático.