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Em seu pronunciamento anual sobre a situação do Estado da Califórnia, na terça-feira, o governador republicano Arnold Schwarzenegger anunciou a intenção de baixar um decreto exigindo a redução de até 10% do carbono contido nos combustíveis usados para transportes até 2020. Comparando a Califórnia a Atenas e Esparta, Arnold Schwarzenegger disse que seu Estado deve liderar os Estados Unidos e o mundo, no controle do efeito estufa.

- Somos o equivalente moderno às antigas cidades-Estado de Atenas e Esparta. A Califórnia tem as idéias de Atenas e a força de Esparta - disse o governador, que estreou no cinema no papel de Hércules. - Não só podemos conduzir a Califórnia para o futuro, podemos mostrar à nação e ao mundo como chegar lá. Podemos fazer isso porque temos a força econômica, a população, a força tecnológica de um Estado-nação - afirmou ele aos legisladores estaduais.

No ano passado, Schwarzenegger apoiou um pioneiro projeto de lei para reduzir em 25% até 2020 as emissões de gases do efeito estufa no Estado, ao contrário do governo nacional, também republicano, que rejeita medidas contra o aquecimento global.

- Uma área em que definitivamente precisamos que o clima se altere é na atitude do governo nacional em relação ao aquecimento global - afirmou. - Vamos iluminar o caminho, para os EUA, para a China e para o resto do mundo.

Por ter nascido na Áustria, o ex-ator e fisiculturista não pode disputar a presidência dos EUA, mas seu discurso mostra a impaciência com a "paralisia'' em Washington e o desejo de ter influência política nacional ou mesmo global.

- Dada a estagnação a que o país foi levado pelo Executivo em Washington, há uma tremenda abertura - disse o ex-governador democrata Jerry Brown, hoje secretário estadual de Justiça, à Reuters. - É uma abertura especialmente porque ele (Schwarzenegger) é um republicano numa era em que os republicanos são recalcitrantes e de certa forma reacionários.

- Acho que Arnold Schwarzenegger pode na verdade colocar os Estados Unidos da América nos eixos a partir de um empurrão da Califórnia.

A Califórnia, onde ficam Hollywood e o vale do Silício, há décadas tem enorme influência sobre a sociedade americana. Num momento em que Washington dá prioridade ao Iraque, Schwarzenegger tenta chamar a atenção para questões domésticas prementes.

Saúde pública

Em seu discurso, Schwarzenegger também comparou o sistema de saúde pública a um "velho doente'' e propôs que haja cobertura obrigatória para os 6,5 milhões de habitantes da Califórnia atualmente sem atendimento.

Embora tenha repetidamente descartado novos impostos, seu plano prevê uma taxação sobre os salários em todas as empresas, exceto as micro, que não oferecerem planos de saúde a seus funcionários. A renda de médicos e hospitais também seria taxada.

O ex-ator e fisiculturista também propôs a emissão de R$ 43,3 bilhões em títulos para financiar escolas, prisões e outras obras. Há dois meses, o eleitorado havia aprovado a cifra recorde de R$ 42,7 bilhões.

Depois de um discurso de confronto em 2005, Schwarzenegger sofreu sua maior derrota política num referendo em que o eleitorado rejeitou todas as suas propostas conservadoras. Em 2006, ele adotou um tom mais bipartidário diante de uma Assembléia dominada pelos democratas.

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