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Vítimas da seca enfrentam nuvem de poeira no campo de refugiados em Dadaab, na fronteira entre Somália e Quênia | Thomas Mukoya/Reuters
Vítimas da seca enfrentam nuvem de poeira no campo de refugiados em Dadaab, na fronteira entre Somália e Quênia| Foto: Thomas Mukoya/Reuters

Nairóbi - A forte seca que castiga o nordeste da África está ampliando o drama da desnutrição na região e pode custar a vida de 500 mil crianças, advertiu ontem Anthony Lake, diretor-executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Uni­­cef).

"Meio milhão de crianças sofrem de desnutrição severa e estão em risco iminente de morrer. Precisam de ajuda imediata (...). Esta é uma crise muito grave", alertou Lake, em entrevista coletiva na capital queniana, Nairóbi.

Quase 11 milhões de pessoas, pelos cálculos do Unicef, enfrentam uma situação muito delicada no nordeste da África, região que sofre a pior seca em seis décadas.

Na Somália, o país mais afetado, um em cada três habitantes precisa de ajuda alimentar de emergência, indicam as estimativas da União Africana. Milhares de famílias somalis estão fugindo da fome e da miséria e buscando auxílio no campo de refugiados de Dadaab (leste do Quênia), feito para 90 mil pessoas e considerado o maior do mundo, mas que atualmente acolhe mais de 300 mil refugiados.

"O que estamos vendo é quase uma tempestade perfeita: o conflito da Somália, os crescentes preços dos combustíveis e dos alimentos, a seca e a falta de chuvas. Ainda falta quatro ou cinco meses até a próxima colheita. Temos uma enorme tarefa pela frente", ressaltou o diretor-executivo do Unicef.

À margem do fluxo diário de pessoas da Somália que procura refúgio em países vizinhos como o Quênia e a Eti­­ópia, a crise impacta também "milhões de agricultores e pastores nesses dois países, que dependem das chuvas pa­­ra sua sobrevivência", se­­gundo o Unicef.

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