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A segunda enfermeira de Dallas a ser infectada pelo vírus Ebola, enquanto cuidava de um paciente que morreu por causa da doença, voou de avião um dia antes de apresentar sintomas, disseram autoridades do governo dos Estados Unidos e da companhia aérea, nesta quarta-feira (15).

A funcionária do hospital Texas Health Presbyterian pegou um voo da Frontier Airlines de Cleveland, no Estado de Ohio, para Dallas em 13 de outubro, segundo as autoridades.

A mulher, de 29 anos, foi imediatamente colocada em isolamento depois de relatar febre na terça-feira, de acordo com o Departamento Estadual de Saúde.

Ela voou a partir da cidade onde vive sua família, em Ohio, para Dallas um dia antes de apresentar sintomas, o que levou autoridades de saúde a tentar fazer contato com todos os 132 passageiros que estavam a bordo, disse o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês).

A enfermeira cuidou do paciente liberiano Thomas Eric Duncan, que morreu de Ebola e foi a primeira pessoa diagnosticada com a doença nos EUA.

Ao menos 4.447 pessoas morreram na África Ocidental no pior surto já registrado do vírus que pode causar febre, hemorragia, vômito e diarreia, e que se espalha por meio do contato com fluídos corporais.

"As autoridades de saúde entrevistaram a mais recente paciente para identificar rapidamente quaisquer contatos ou exposições potenciais, e essas pessoas serão monitoradas", disse o departamento em comunicado.

No fim de semana, a enfermeira Nina Pham, de 26 anos, tornou-se a primeira pessoa a ser infectada pelo Ebola nos Estados Unidos. Ela cuidou de Duncan durante a maior parte dos 11 dias de internação do homem no hospital. Ele morreu numa área de isolamento em 8 de outubro.

O hospital informou na terça-feira que Pham estava "em bom estado".

Críticas

O segundo caso de infecção de um profissional do hospital de Dallas acontece em meio a críticas de um sindicato nacional de enfermeiras sobre a forma como o local tratou das doença.

Segundo a associação, o hospital não cumpriu protocolar para lidar com o paciente com Ebola, não ofereceu treinamento avançado e não tinha equipamentos suficientes para os profissionais, incluindo o luvas adequadas.

O hospital disse em nota que instituiu medidas para estabelecer um ambiente seguro de trabalho e que estava revendo e respondendo as críticas das enfermeiras.

O prefeito de Dallas, Mike Rawlings, disse em entrevista coletiva que a segunda enfermeira com Ebola morava sozinha e não tinha animal de estimação.

Segundo Rawlings, profissionais de saúde foram mobilizados rapidamente para limpar áreas afetadas envolvendo a enfermeira e para alertar seus vizinhos e amigos. Uma equipe de descontaminação foi enviada à casa dela, segundo autoridades de Dallas.

O CDC disse que a contaminação de mais um profissional de saúde é uma "preocupação grave", e afirmou que tomou medidas para minimizar o risco aos profissionais de atendimento médico e ao paciente".

O diretor do CDC, Thomas Frieden, informou na terça-feira que a agência estava criando uma equipe de resposta rápida para ajudar os hospitais que tiverem casos de Ebola confirmados.

Frieden tem sido criticado pela resposta e preparação dos EUA para o Ebola, mas o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que o presidente Barack Obama confia na capacidade de Frieden para liderar os esforços públicos de saúde.

A esperança de um fim rápido para o surto de Ebola foi reduzida pela previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que os três países mais afetados -Libéria, Serra Leoa e Guiné, todos na África Ocidental- podem ter até 10.000 novos casos por semana até o início de dezembro.

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