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Quase metade da população mundial, principalmente na África e na Ásia, não tem acesso ao saneamento básico, o que aumenta o risco de diarréia e outras doenças fatais em crianças, segundo relatório divulgado na quinta-feira pela ONU.

O Unicef, agência da ONU para a infância, concluiu em seu estudo sobre água e saneamento em países em desenvolvimento que as metas da ONU sobre água potável podem ser facilmente alcançadas, especialmente em áreas urbanas, mas que o mesmo não é verdade no acesso a banheiros dos mais simples. A meta da ONU é reduzir pela metade até 2015 a quantidade de pessoas sem acesso a água e saneamento.

O relatório, intitulado Progresso para as Crianças, estima que em 2004 1 bilhão de pessoas não tinham acesso a água potável, número que pode subir com o crescimento populacional. O problema é especialmente grave na África Subsaariana.

Maria Mutagamba, ministra de Água, Terras e Meio Ambiente de Uganda, disse em entrevista coletiva na ONU que a aridez do território, a pobreza e os conflitos na África tornam especialmente difícil para mulheres e crianças terem acesso à água e ao saneamento.

No norte de Uganda, onde uma guerra civil de 20 anos levou quase 2 milhões de pessoas para campos de refugiados, "as crianças têm de andar longas distâncias, abandonam a escola para saírem em busca de água", segundo a ministra.

"Há áreas na minha própria parte do país onde, quando está seco, as escolas simplesmente fecham e as crianças ficam vagando com os animais à procura de água."

Entre os países mais afetados, onde menos de metade da população tem acesso a fontes de água ou poços, estão Nigéria, República Democrática do Congo, Níger, Guiné Equatorial e Chad.

"Apesar do elogiável progresso, estima-se que 425 milhões de crianças menores de 18 anos não tenham acesso a um fornecimento de água e mais de 980 milhões não têm acesso a saneamento adequado", disse Ann Veneman, diretora-executiva do Unicef.

Também há problemas no acesso à água no norte da África e no Oriente Médio. Em Djibouti, no Iraque e no Marrocos, por exemplo, quase metade da população rural não tem acesso adequado à água.

Dos 2,6 bilhões de pessoas sem saneamento básico no mundo, cerca de 2 bilhões estão em áreas rurais. Na África subsaariana cerca de dois terços não têm saneamento e no sul da Ásia, 37 por cento.

Os maiores avanços ocorreram na Ásia, especialmente na Índia e na China, mas a maioria das pessoas nesses países ainda não tem saneamento adequado, segundo o Unicef.

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