Não há comícios nem propaganda eleitoral na TV, e só um partido, o Comunista, pode apresentar candidatos na eleição de domingo em Cuba, a primeira desde o afastamento de Fidel Castro.
Apesar disso, há expectativa de grande comparecimento às urnas para a escolha dos 15.236 vereadores, num processo eleitoral piramidal que culmina em março, com uma nova Assembléia Nacional.
Esse Parlamento, que até agora tinha o mero papel de referendar as decisões do regime, pode no futuro se tornar uma importante câmara de ressonância para o debate sobre o futuro de Cuba no momento em que Fidel, 81 anos, líder da revolução de 1959, vai saindo de cena.
Sob a interinidade de seu irmão Raúl, o Partido Comunista conclama os jovens cubanos a se candidatarem nas eleições deste ano para injetar sangue novo na política local.
"Somos jovens e fortes, os que vão substituir, prontos a garantir que a Revolução continue", disse o carpinteiro José Angel García, 41 anos, que conserta portas e persianas numa escola do centro de Havana.
Sob fotos de Fidel e Raúl e um cartaz com as frases "Outro mundo é possível" nas paredes da sua oficina, García diz que, se for eleito, vai lutar por consertos nos bueiros de seu bairro, onde a água do mar entra pelas latrinas quando as ondas batem no Malecón, a avenida litorânea da capital, a uma quadra do seu prédio.
Ali na esquina, Felix Revilla, 72 anos, veterano da guerrilha da Sierra Maestra e já em seu quinto mandato político, mantém a retórica oficial de que todos os problemas de Cuba são culpa do bloqueio imposto pelo arquiinimigo Estados Unidos.
"Suportamos grandes dificuldades devido ao bloqueio norte-americano", disse Revilla.
Sentado diante do cine Palace, que não exibe filmes desde meados da década de 1960 e hoje é habitado por uma família com porcos e galinhas, Revilla aponta para um prédio quase em ruínas no outro lado da rua, e promete: "Vamos construir apartamentos ali."
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