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Miami (Reuters) – Os emigrantes, que formam a ampla maioria dos haitianos letrados e enviam para seu país o equivalente a mais de 25% do PIB, estão frustrados por terem sido excluídos da eleição de terça-feira. "Ainda amamos o Haiti e queremos devolver o que o Haiti nos deu", disse o dentista Joseph Baptiste, radicado em Maryland (Costa Leste dos EUA) e presidente da Organização Nacional para o Avanço dos Haitianos. Baptiste tem cidadania norte-americana e, por causa disso, a Constituição haitiana o considera estrangeiro.

Um em cada oito haitianos emigrou do caótico e miserável país caribenho. Buscam melhores oportunidades ou tentam fugir da violência e da repressão. Flórida, Nova Iorque, Canadá, França e países vizinhos no Caribe são os destinos favoritos. Cerca de 80% dos haitianos com nível universitário vivem no exterior. Dentro do país, a renda per capita não chega a US$ 2 por dia.

A votação presidencial de terça-feira não teve seções eleitorais no exterior nem voto pelo correio. Os emigrantes haitianos remeteram em 2004 mais de US$ 1 bilhão para o país, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Mundial e o Departamento de Estado dos EUA. "É uma coisa de família para família, de amigo para amigo, ou de gente que manda dinheiro para projetos considerados úteis", disse Fequiere Vilsaint, bioquímico que fundou na Flórida uma editora que distribui textos em inglês e crioulo (o idioma do Haiti).

O Noah, grupo liderado por Baptiste nos EUA, tentou organizar e financiar uma votação nas embaixadas e consulados do Haiti no exterior, mas a proposta foi rejeitada pelo temor de que os expatriados tentassem tomar o governo, segundo ele.

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