• Carregando...

Para justificar a repressão, a China associa a rebelião dos uigures ao terrorismo. Após a destruição das torres do World Trade Center em Nova York, o governo de Pequim conseguiu que os Estados Unidos colocassem o Movimento Islamista do Turquestão Oriental - o único grupo bem organizado de resistência ao que consideram uma colonização chinesa - na lista das organizações terroristas internacionais envolvidas com a jihad (guerra santa).

Ao mesmo tempo, sem perspectiva de trabalho e marginalizados pelos Han, muitos jovens uigures aderiram à Al-Qaeda, indo lutar no Paquistão e no Afeganistão, seguindo as pregações de Osama bin Laden. Dezessete deles chegaram a ser detidos pelos americanos no Afeganistão em 2002 e levados para a prisão de Guantánamo, em Cuba.

Libertados há dois anos, os 17 conseguiram não voltar para a China - porque, segundo eles, seriam fuzilados - e hoje vivem exilados em países como Suíça, Albânia e Bermuda. Em depoimentos, os 17 afirmaram inocência e relataram que viviam em condições terríveis na prisão, além de terem sido torturados.

"A luta dos uigures não tem nada a ver com o terrorismo islâmico", opina o estudante Rasheed (nome fictício), que tenta resumir como vê a atual situação de seu povo: - Não queremos ser escravos, queremos ser independentes e viver em paz. A política de integração de Pequim significa o fim de nossa cultura e do nosso povo. Só a religião nos permite salvar o que resta da raça uigure. O Islã é hoje nossa grande muralha contra a China.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]