• Carregando...
Policial ao lado de propaganda do oposicionista Mockus. Candidatos têm propostas semelhantes para a segurança pública | Raul Arboleda/AFP
Policial ao lado de propaganda do oposicionista Mockus. Candidatos têm propostas semelhantes para a segurança pública| Foto: Raul Arboleda/AFP

Atual presidente é peça-chave na disputa

Osny Tavares

Apesar de não ter conseguido conquistar o direito de concorrer a um terceiro mandato, o atual presidente colombiano, Álvaro Uribe, permanece sendo o personagem mais importante da disputa pela presidência.

Após oito anos de mandato, o atual governante se despede do cargo com uma popularidade próxima dos 70%, forçando os candidatos a sucedê-lo a orbitarem em volta de seu programa de governo.

O governista Juan Manuel Santos colou no atual presidente. Durante toda a campanha, reafirmou que, se eleito, continuará a adotar as políticas do antecessor. "O Partido da U (go­­vernista) é hoje o principal partido da Colômbia. Está debilitado, mas ainda é a maior representação do congresso e uma indispensável força política", avalia Claudia López, diretora da ONG colombiana Misión de Obser­­va­­ción Electoral.

O oponente da U, Antanas Mockus, pisa em ovos para consolidar uma candidatura de oposição sem dar a impressão de que sua vitória pode causar retrocessos na Colômbia.

O candidato do Partido Verde faz uma defesa reiterada da política antiguerrilha de Uribe, e avança terreno no discurso contra a corrupção. "Ape­­sar dos problemas econômicos recentes, a figura de Uribe não foi atingida", afirma Claudia.

  • Confira o índice de aprovação do governo Uribe
  • Veja quem são os candidatos favoritos

Os eleitores colombianos votam, neste domingo, no primeiro turno das eleição presidencial. Co­­meçam a decidir, portanto, quem governará o país após Ál­­varo Uribe, no poder desde 2002. A disputa tem como favoritos Juan Ma­nuel Santos, ex-ministro da De­­fesa de Uribe, e Antanas Mo­­ckus, ex-prefeito de Bogotá.

Nas pesquisas iniciais, San­­tos aparecia folgado na primeira colocação, porém Mockus o al­­cançou, chegou a ultrapassá-lo e agora a maioria delas indica em­­pate técnico ou pequena vantagem para o governista. O ex-prefeito da capital, porém, aparece co­­mo levemente favorito para o segundo turno.

Para este domingo, a vantagem máxima alcançada pelo candidato de Uribe nas últimas pesquisas é de 5 pontos percentuais. "Se Santos conseguir uma boa diferença, isso pode facilitar a disputa para ele, inclusive na formação de coalizões", diz o professor de Ciência Política Luís Carlos Valencia, da Universidade Jave­­riana, de Bogotá.

Após o pleito, será também possível medir o nível de participação dos eleitores de cada um dos favoritos. Analistas apontam que as pesquisas são realizadas sobretudo nas grandes cidades, onde Mockus tem mais força, po­­rém talvez as sondagens não registrem todo o apoio ao governista Santos pelo interior do país.

Aproximações

Ex-ministro da Defesa de Uribe e membro do Partido da U, o mesmo do presidente, Santos deseja manter a política de segurança de­­mocrática do atual governo, com uma linha-dura contra as Farc. Nesse ponto, Antanas Mo­­ckus não difere muito dele, ga­­ran­­tin­­do que combaterá as Farc e rechaçando negociar com o grupo.

Filósofo e matemático de origem lituana, o membro do Partido Verde tem enfatizado a importância de se respeitar as leis, em um país famoso por escândalos políticos como o da parapolítica, que revelou vínculos entre vários de­­putados e paramilitares. O candidato tem ainda a vantagem de ter sido bem aprovado nas duas vezes em que foi prefeito de Bogotá.

O coronel reformado Luis Vil­­lamarín, hoje um analista do conflito interno colombiano, en­­tre outros temas, não vê diferenças nas plataformas dos dois candidatos. "Não há programas de governo, há mais diferenças de afinidades e circunstâncias", diz.

O economista Eber Gutiérrez Londoño, chefe do mestrado em Governo da Universidade de Me­­dellín, afirma que Santos tenderia a aumentar os gastos públicos. Já no caso de Mockus, uma grande dificuldade pela frente seria a relação com o Legislativo, pois o Partido Verde possui só quatro das 166 cadeiras na Câmara dos De­­putados.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]