Sem projeto para os imigrantes, candidatos tentam angariar votos

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Além da economia, que outro tema foi destaque durante a corrida eleitoral, na sua opinião?

Eu abordaria um ponto que obteve menos destaque do que esperavam os analistas, a questão da imigração. Tanto Obama quanto Romney não trouxeram a questão dos imigrantes latinos para o centro da discussão e breves menções foram feitas, na minha leitura, mais no intuito de angariar votos de determinadas comunidades em estados específicos do que baseados em um grande projeto para o tema.

É possível dizer em que assunto Obama se saiu melhor ou se sentiu mais à vontade?

Obama se demonstrou bastante confortável ao tratar de temas da política internacional. Além de usar como trunfo a suposta captura e morte [sic] do terrorista Osama bin Laden, a retirada de tropas do Afeganistão e do Iraque e o distensionamento das relações com a Rússia são pautas recorrentemente utilizadas por Obama para evidenciar a efetividade de seu governo nessa área. China e Irã aparecem como preocupação no discurso de ambos, todavia, com ênfases diferentes. Já com relação ao Irã, Obama prevê que as sanções impostas no momento devem surtir o efeito desejado e sinaliza uma saída para a crise em posição conjunta com as demais grandes potências, ao passo que Romney possui discurso mais agressivo e menos tolerante à alegação de autonomia por parte dos iranianos. Com relação aos conflitos no Oriente Médio, a posição de ambos se assemelha muito, pois a ampliação da tensão deve afetar diretamente seu principal parceiro na região, o Estado de Israel, podendo gerar reflexos na política americana.

E quanto ao Romney? Em qual tópico ele conseguiu superar Obama?

Acho que a superação de Romney no primeiro debate entre os candidatos tem mais elementos simbólicos do que técnicos. O aparente descaso do presidente no primeiro embate direto garantiu ao Republicano uma sobrevida na campanha. E Romney sobre explorar as dificuldades econômicas, que além de causas internas e conjunturais possui causas externas e estruturais, que o país vive para fragilizar o candidato democrata perante os eleitores indecisos.