O curitibano João Santos Lima (foto) considera estar vivo graças a Deus e ao acaso. Várias vezes por dia, ele passa pelas estações onde 38 pessoas morreram ontem, em Moscou. Pior: tinha o costume de andar justo num dos vagões que explodiu. Passado o susto, fica o medo de que o atentado se repita, visto que governo e separatistas estão longe de chegar a um consenso. Lima falou sobre isso à Gazeta do Povo.
Você sente que escapou do atentado?
Sim, graças a Deus e ao acaso, porque passo por essas estações de duas a três vezes por dia. O pior é que, quando ando de metrô, tenho o costume de andar justamente no vagão que explodiu. Mas nas segundas-feiras eu costumo ficar em casa, pois os meus clientes não marcam encontros nesse dia.
Como está o clima na cidade?
Além de muito medo, há muita preocupação, uma vez que o metrô é o único meio de transporte de 60% da população.
E não foi o primeiro atentado ao metrô de Moscou.
Não, já ocorreu cinco vezes.
Pessoalmente, de quem você suspeita?
Do grupo separatista checheno. Não tem como não ter sido eles, uma vez que os detalhes do atentado são os mesmos de outros já efetuados.
E a tese de que o próprio governo seria responsável, como forma de justificar uma intervenção na Chechênia, é absurda?
Claro, não tem sentido.
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