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Sonda de exploração de petróleo em Neuquén, na Patagônia, região produtora de óleo de xisto com grande atuação de petroleiras estrangeiras | Enrique Marcarian/Reuters
Sonda de exploração de petróleo em Neuquén, na Patagônia, região produtora de óleo de xisto com grande atuação de petroleiras estrangeiras| Foto: Enrique Marcarian/Reuters

Disputa territorial

Buenos Aires insiste em voos para as Ilhas Malvinas

O governo argentino ratificou ontem ao governo britânico sua proposta de estabelecer voos regulares às Ilhas Malvinas, e pediu o reinício das negociações sobre a pesca no Atlântico Sul.

"Com relação aos voos às Malvinas, a proposta argentina se orienta a revisar a situação atual e o estabelecimento de serviços regulares diretos entre a Argentina continental e as ilhas Malvinas operados pela companhia Aerolíneas Argentinas", diz o documento.

No comunicado, a Argentina reitera à Grã-Bretanha sua determinação em resolver a disputa de soberania sobre as Malvinas "por meios pacíficos e diplomáticos" e afirmou que "acredita que o governo britânico estará disposto a cumprir as numerosas resoluções das Nações Unidas", que, desde 1965, convoca os dois países a dialogar sobre o conflito pelo arquipélago.

O Senado argentino colocará em votação hoje o projeto de expropriação de 51% das ações da petroleira YPF, que tira o controle da espanhola Repsol sobre a empresa, apesar das fortes pressões de Madri.

"Encaramos a sessão com uma atitude muito otimista e esperamos que sejam computados 60 votos a favor (de 72 senadores) e quatro ou cinco contra", declarou Miguel Angel Pichetto.

Após a aprovação no Se­­nado, o governo espera que a expropriação da petroleira seja tratada na Câmara dos Deputados na primeira semana de maio para que se converta em lei.

O projeto de lei anunciado pela presidente Cristina Kirchner no dia 23 de abril "declara de utilidade pública o autoabastecimento, assim como a exploração, industrialização, transporte e comercialização de hidrocarbonetos".

Os principais blocos da oposição, como a social-democrata União Cívica Radical (UCR) e a Frente Ampla Progressista (socialistas e centro-esquerda) anteciparam que acompanharão o projeto, mas incluirão variantes no tratamento em particular dos artigos. O senador e ex-presidente Carlos Menem (1989/99), que realizou a privatização da petroleira argentina em 1992, já antecipou seu voto a favor da reestatização.

O grupo petroleiro Repsol, que controlava a YPF desde 1999 e detinha 57,4% das ações, intensificou a pressão sobre a Argentina ao anunciar ações legais contra toda empresa que investir na companhia expropriada.

O ministro de Planeja­­men­­­­to argentino, Julio de Vi­­do, e o vice-ministro da Economia, Axel Kicillof, am­­­­bos incumbidos da in­­ter­­­­venção da YPF, receberam na segunda-feira diretores da americana Conoco Phillips e Chevron, da uruguaia Ancap e da argentina Medanito, após terem se reunido na semana passada com a francesa Total, segundo fontes do governo.

Madri propôs à União Eu­­ropeia para que prossiga a negociação comercial com o Mercosul sem Buenos Aires. Contudo, o diretor executivo para as Américas do Serviço Europeu de Ação Exterior, Christian Leffler, advertiu que "se o grupo é uma as­­so­­ciação de quatro países (Ar­­gentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), não se pode negociar com apenas três deles, assim como não é possível negociar com três quartos de países da UE".

O ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, se mostrou aberto ontem a avaliar negociações do bloco com a UE sem a Argentina.

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