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O Senado dos EUA publicou ontem um relatório que contradiz, uma por uma, as justificativas da guerra no Iraque e dá à oposição democrata novas munições contra o governo de George W. Bush pouco antes das eleições de novembro. Num momento em que a administração tenta reverter a impopularidade da guerra no Iraque qualificando este país de "frente central da guerra contra o terrorismo", o relatório estabelece mais claramente do que nunca que o regime de Saddam Hussein não era um aliado da rede terrorista Al Qaeda, que cometeu os atentados de 11 de setembro de 2001. "Saddam Hussein não confiava na Al Qaeda, e considerava os extremistas islâmicos como ameaças para seu regime. Ele sempre recusou qualquer pedido de ajuda material ou logística formulado por eles", afirma a comissão da Inteligência. Esta conclusão, publicada quando os Estados Unidos se preparam para recordar o quinto aniversário do dia 11 de setembro de 2001, contradiz diretamente declarações do presidente norte-americano. Ainda em 21 de agosto, Bush afirmou que o ex-presidente iraquiano "Saddam Hussein, que tinha a capacidade de fabricar armas de destruição em massa, que pagava camicases para matar inocentes e que mantinha relações com Abu Mussab al-Zarqawi", o ex-líder da Al Qaeda no Iraque, morto em junho. Na verdade, segundo o relatório do Senado norte-americano, "as informações obtidas indicam que Saddam Hussein havia tentado, em vão, localizar e capturar Zarqawi" em 2002. O relatório também desmente as afirmações do governo de Bush sobre o perigo que representava o regime iraquiano. O Iraque não possuía nem programa nuclear ativo, nem laboratório móvel para fabricar armas biológicas.

Os senadores também denunciam, no documento, a utilização excessiva das "falsas informações" fornecidas pelo Congresso Nacional Iraquiano (CNI) de Ahmed Chalabi.

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