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Joe Biden, vice de Obama, se reúne com a bancada democrata na Câmara para explicar o pacote aos deputados e pedir seu apoio integral | Drew Angerer/AFP
Joe Biden, vice de Obama, se reúne com a bancada democrata na Câmara para explicar o pacote aos deputados e pedir seu apoio integral| Foto: Drew Angerer/AFP

Republicano diz que não apoia acordo

Folhapress

O líder republicano na Câmara dos Deputados dos EUA, Eric Cantor, disse ontem que não apoia o acordo aprovado pelo Senado sobre o abismo fiscal. Entretanto, Cantor disse que nenhuma decisão foi tomada a respeito do acordo.

Cantor expressou seu descontentamento com a medida após sair de uma reunião a portas fechadas com deputados republicanos.

Ainda não foi definido quando a casa vai votar o acordo aprovado pelo Senado na madrugada de ontem.

O acordo, aprovado por 89 votos a 8 no Senado, mantém sem aumentos os impostos para os cidadãos com rendas anuais de menos de US$ 400 mil e casais que ganham até US$ 450 mil.

Acima desse valor, a taxa do imposto sobre a renda subiria dos 35% atuais a um máximo de 39,6% – o que representaria a primeira alta de impostos nos EUA em duas décadas.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ontem que a Câmara dos Representantes siga a liderança do Senado e aprove o acordo sobre o abismo fiscal para estender os cortes de impostos para a classe média e elevar as taxas sobre os mais ricos. "A Câmara deve aprová-lo sem atraso", disse Obama em um comunicado após o Senado ter aprovado a legislação por ampla maioria.

  • Senador republicano Mitch McConnell, que negociou acordo com Biden

A Câmara dos Estados Unidos se reuniria ontem à noite para dar um parecer sobre o pacote que adia aumentos de impostos e cortes de gastos que poderiam jogar a economia norte-americana em recessão no primeiro semestre – o chamado "abismo fiscal".

Os deputados da Câmara, de maioria republicana, têm três alternativas: rejeitar o acordo; aceitar o pacote do modo como foi aprovado pelo Senado e partir para a votação que decidirá se ele virará lei ou não; ou fazer emendas ao plano e devolvê-lo para o Senado, que teria de refazer a votação. Em tese, não há tempo para a terceira opção, pois as medidas do "abismo fiscal" entram em vigor hoje (ontem foi feriado).

No entanto, a recepção de alguns líderes republicanos para o pacote aprovado pelos senadores foi fria.

Após 36 horas de negociações intensas, a proposta passou no Senado por volta das 5h de ontem, horário de Brasília, com apoio estrondoso de republicanos e democratas, criando uma atmosfera de otimismo em Washington de que os congressistas serão capazes de evitar o "abismo".

O vice-presidente Joe Biden deveria se reunir com a bancada democrata para explicar o pacote aos deputados e pedir seu apoio integral, em nome de Obama.

Muitas concessões feitas nas negociações, conduzidas por Biden e tendo como interlocutor o líder da oposição, senador Mitch McConnell, desagradam integrantes mais à esquerda do Partido Democrata.

Depois, será a vez de a bancada republicana se reunir. Maioria na Câmara, semana passada ela se recusou a votar plano de seu próprio líder, o presidente da Casa, John Boehner, que previa elevação de impostos apenas para americanos e empresas com renda anual superior a US$ 1 milhão.

A lei aprovada no Senado fixou teto de US$ 400 mil anuais para solteiros e US$ 450 mil para famílias. Os limites valem também para tributação sobre dividendos e ganhos de capital.

Analistas e assessores parlamentares acreditam que há chances concretas de o pacote passar por maioria simples na Câmara, com apoio bipartidário. Desde a reeleição de Obama, que fez campanha com a promessa de elevar impostos para os mais ricos, muitos republicanos sinalizaram que votariam com o presidente para evitar o abismo fiscal. A votação no Senado foi possível após democratas cederem uma prorrogação de dois meses no início do corte automático de despesas, que somam US$ 110 bilhões.

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