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Poucas horas depois de o Departamento de Defesa dos EUA admitir, pela primeira vez desde a invasão do Iraque, que o país vive uma guerra civil, o Senado americano rejeitou uma proposta democrata de retirar as tropas americanas do Iraque até março de 2008. A proposta, que chegou a ser aprovada por uma comissão da Câmara dos Representantes, tem forte oposição da Casa Branca, que ameaça vetá-la caso os parlamentares insistam em sua aprovação.

A rejeição no Senado caiu como um balde de água fria nos defensores da idéia, que contavam com a maioria da Casa. A disputa, no entanto, foi acirrada, com 50 votos contra e 48 votos a favor. Mas para a aprovação, segundo a legislação, seriam necessários 60 votos.

O projeto não fazia exigências, mas sugeria o prazo de 12 meses para a volta dos soldados em combate no Iraque para os EUA. O início do debate só foi possível ontem graças a uma votação no Senado que aprovou por 89 votos a nove a discussão da medida, o que animou seus defensores. A proposta foi apresentada pela maioria democrata no Senado e previa que a retirada seria iniciada em cerca de quatro meses.

— Não entendo o que aconteceu. Fizemos o que os americanos querem: estabelecer um prazo para a saída do Iraque. Essa derrota, no entanto, não vai nos impedir de continuar tentando — disse o senador democrata Charles Schumer, um dos defensores do plano.

No Comitê de Apropriações da Câmara dos Representantes, o plano foi aprovado por 36 votos a favor e 28 contra. Mesmo com a derrota no Senado, a proposta deve ser submetida a plenário e, segundo analistas, aprovada pelos deputados.

— Quero que esta guerra acabe. Não quero ir a mais nenhum funeral — afirmou o deputado Jose Serrano, um dos autores do plano.

Casa Branca confirma que vai vetar a proposta se for preciso

Para a Casa Branca, a resolução viola a autoridade constitucional do presidente como comandante-em-chefe das Forças Armadas ao impor um prazo artificial para a retirada das tropas americanas do Iraque, "sem levar em consideração as condições do combate e as conseqüências da derrota".

— Se o projeto continuar do jeito que está, o presidente vai vetá-lo, certamente — disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.

Segundo uma fonte do governo, a confirmação ontem pelo Pentágono de que o Iraque vive uma guerra civil faz parte de uma estratégia para convencer os parlamentares que a situação no país é grave e que uma retirada antecipada poderia resultar em conseqüências desastrosas.

— A Casa Branca mandou um recado claro para os senadores. Assumiu que o país está em guerra civil e, na entrelinha, disse que os parlamentares podem ser responsabilizados por erros futuros — disse.

Ontem, o Supremo Tribunal do Iraque rejeitou o recurso do vice-presidente do país no regime de Saddam Hussein, Taha Yassim Ramadan, e confirmou sua execução à forca. A data, no entanto, ainda não foi definida.

Nesta quinta-feira, a explosão de um carro-bomba matou oito pessoas - entre policiais e soldados - no centro de Bagdá.

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