Paris - O Senado francês aprovou ontem o plano do presidente Nicolas Sarkozy de reforma da previdência, que prevê o aumento da idade da aposentadoria dos 60 para 62 anos. O projeto de lei provocou uma ampla onda de protestos no país. "Chegará o dia em que os opositores irão agradecer o presidente e o governo... por agir responsavelmente", disse o ministro do Trabalho da França, Eric Woerth, logo antes de o Senado aprovar o projeto com 177 votos a favor e 153 contra.
O governo conservador de Sarkozy, ansioso em aprovar rapidamente o pacote para tentar silenciar os crescentes e cada vez mais radicalizados protestos, usou um procedimento especial para cortar os debates das mais de mil emendas propostas pelos socialistas ao projeto. Agora, a matéria deverá ser aprovada formalmente pelas duas câmaras do Parlamento entre terça e quinta próximas.
A linha-dura adotada pelo governo se estendeu aos grevistas ontem, quando a tropa de choque e a gendarmeria francesa obrigaram a abertura da estratégica refinaria petrolífera de Grandpuits, com o objetivo de evitar a crescente falta de combustíveis nos postos.
Desabastecimento
Apesar da ação policial, o primeiro-ministro da França, François Fillon, disse que levará vários dias para o abastecimento de combustíveis ser restabelecido no país, após 20% ficarem vazios. Os sindicalistas se disseram "ultrajados" com a ocupação da refinaria estatal.
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