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A maranhense mantém o estilo dor de cotovelo antenada com as novidades | Arquivo Gazeta do Povo
A maranhense mantém o estilo dor de cotovelo antenada com as novidades| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Chilenos mobilizados contra o governo transformaram a capital em cenário de confrontos com a polícia, no que esperam ser o maior protesto desde a ditadura de Augusto Pinochet. Jatos d`água e bombas de gás voltaram a tomar as ruas de Santiago nesta quarta-feira durante a marcha convocada pela Central Unitária de Trabalhadores (CUT), deixando dezenas de feridos, entre eles o senador socialista Alejandro Navarro, que foi atingido por um policial. Os sindicalistas cobram mais igualdade social e mudanças no modelo econômico, em mais um episódio da crise de popularidade que abala a administração de Michele Bachelet, eleita presidente há apenas um ano e meio.

- Estamos satisfeitos com a adesão das pessoas porque significa que o Chile está se colocando de pé - disse a vice-presidente da CUT, Maria Rozas, que esperava a presença de 500 mil pessoas nas ruas.

Com a participação de dirigentes sindicais, trabalhadores e estudantes, a marcha parou a principal rua da capital, a Alameda Bernardo O'Higgins, embora o governo não tenha dado autorização para a realização do protesto no local. Ao menos 87 pessoas foram detidas, o comércio baixou as portas e o mercado de câmbio encerrou suas operações devido às manifestações. Já acostumada a enfrentar protestos em seu curto período na Presidência, Bachelet pediu calma.

- Na democracia e no meu governo, os trabalhadores poderão sempre expressar pacificamente suas demandas e defender seus direitos. Há sim um limite e quero pedir que todos o entendam muito bem - disse a presidente a jornalistas, um dia depois de o Chile condenar pela primeira vez à prisão perpétua um ex-general envolvido na morte de jovens durante a ditadura de Pinochet. - É necessário que haja diálogo e não pressões, acordos e não violência, porque a democracia não precisa de desordem e violência, há espaço na democracia para expressar-se pacificamente.

Apesar dos pedidos de Bachelet, centenas de manifestantes tentavam cegar à bem protegida casa de Governo, enquanto a polícia usava cavalos, jatos d`água e bombas de gás para dispersar o protesto.

- O povo unido jamais será vencido - gritavam estudantes e trabalhadores.

As manifestações começaram de madrugada em diferentes pontos da cidade, com barricadas para bloquear o trânsito e explosões de bombas caseiras. Na marcha que parou a principal avenida da capital, o senador Alejandro Navarro - que, embora seja do mesmo partido de Bachelet, participava da mobilização - acabou sendo ferido por policiais.

- Recebi um golpe nas costas. Pensei que tinha sido um cavalo, mas os dirigentes da CUT disseram que foi um policial. Lamento profundamente - disse o senador, que, sangrando, precisou ser atendido em um hospital próximo.

Citando a ditadura, Navarro fez críticas ao governo, que prometeu investigar o incidente envolvendo o parlamentar,

- Foi um erro não autorizar a marcha pela Alameda. As pessoas que estão aqui ganharam a democracia lutando contra a ditadura. Meu governo não pode temer os trabalhadores.

Segundo pesquisa divulgada no início do mês, atualmente 42,8% dos chilenos estão insatisfeitos com Bachelet, contra apenas 41,5% que a aprovam. É o percentual de aprovação de um presidente mais baixo da história da Concertação chilena.

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