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Policiais inspecionam caminhonete que teria sido queimada pelos guerrilheiros das Farc após o sequestro do governador Luis Francisco Cuéllar: país volta a viver clima de medo | AFP/La Nacion
Policiais inspecionam caminhonete que teria sido queimada pelos guerrilheiros das Farc após o sequestro do governador Luis Francisco Cuéllar: país volta a viver clima de medo| Foto: AFP/La Nacion

Conflito armado

Farc e ELN se unem contra Uribe

Na semana passada, as Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram uma união tática com a segunda guerrilha do país, o Exército de Libertação Nacional (ELN), para fazer frente ao presidente Álvaro Uribe.

O governo leu a união como sinal de debilidade, mas admite que ainda está longe de derrotar militarmente os guerrilheiros do conflito armado mais longevo do continente americano.

O último sequestro de um governador na Colômbia ocorrera em abril de 2002. As Farc capturaram o governador de Antioquia, Guillermo Gaviria, morto durante uma fracassada tentativa de resgate em 2003.

Se confirmada a autoria das Farc no sequestro do governador de Caquetá, Luis Francisco Cuéllar, na segunda-feira , a ação mostra que, mesmo debilitada, as guerrilhas ainda são capazes de organizar operações de grande porte. Os cerca de 8 mil rebeldes são cada vez mais empurrados para as fronteiras, mas a região de Caquetá segue sendo importante bastião.

Foi nesse departamento (estado) que aconteceram as fracassadas negociações de paz entre a guerrilha e o governo Andrés Pastrana (1998-2002) – as Farc tinham controle de parte da área. Foi lá que a candidata presidencial Ingrid Betancourt foi capturada pelas Farc em 2002 e resgatada pelo governo em 2008.

A guerrilha mantém 22 policiais e militares em seus cativeiros. Até 2002, ano em que Uribe assumiu, as Farc fizeram uma série de ações ousadas para sequestrar autoridades. Nos últimos anos, porém, a guerrilha sofreu sucessivas derrotas para o governo.

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Numa ousada operação com uso de explosivos, ao menos 15 homens armados com uniformes militares capturaram o governador do departamento (estado) colombiano de Caquetá (sul), no sequestro político mais importante na Colômbia desde a posse de Álvaro Uribe, em agosto de 2002.

Luis Francisco Cuéllar foi levado de sua casa em Florência, capital de Caquetá, na noite de segunda-feira. Os sequestradores explodiram a porta da residência e mataram um segurança antes de fugir com o político. Dois policiais foram feridos.

O presidente Álvaro Uribe acusou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pela ação. O governo disse ter dados de inteligência que comprovariam a autoria.

Uribe ordenou uma operação militar para resgatar Cuéllar e os demais sequestrados da guerrilha, espalhando temor entre familiares que temem pelas vidas dos reféns. Bogotá ofereceu recompensa de US$ 500 mil por informações do caso.

A guerrilha marxista, que se financia com dinheiro do narcotráfico, não havia se pronunciado sobre o sequestro até ontem à noite, mas muito da operação de ontem mimetiza ações anteriores das Farc, que têm histórico de agir nas vésperas do Natal.

"É hora de ter muita firmeza para avançar no resgate militar dos sequestrados e avançar na derrota desses bandidos’’, exortou o conservador Uribe, cuja aprovação de 80% baseia-se em grande parte na ofensiva militar contra as Farc desde 2002.

Corpo

Ontem à noite, autoridades colombianas disseram ter encontrado um corpo que seria do governador Cuéllar, mas o governo não confirmou a notícia até as 22h15.

O corpo foi encontrado por camponeses perto do local onde foi achado o veículo incinerado no qual Cuéllar foi sequestrado, em uma região chamada Sebastopol, de acordo com o site na internet do jornal El Espectador.

O secretário de governo de Caquetá, Edilberto Ramón Endo, disse que havia 90% de possibilidades de que o corpo é do governador.

"Efetivamente, corresponde ao senhor governador", disse Endo, que atribuiu informação a uma "fonte primária presente no local". Ele disse não saber detalhes a respeito das circunstâncias da morte. " Apenas me confirmaram que é o corpo dele", afirmou o secretário.

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