• Carregando...

A sequência de abalos sísmicos sentidos no Japão desde a semana passada, que culminou no forte terremoto seguido de tsunami na última sexta-feira, é consequência do deslocamento e encontro de placas tectônicas que formam a crosta terrestre. Os primeiros tremores podem ser o prenúncio de que um terremoto mais forte está por vir; já as réplicas, por outro lado, mostram que as placas ainda estão se ajustando depois de um abalo mais forte.

Um grande terremoto, explicam especialistas, é precedido e sucedido por tremores que também podem ser fortes. "Um abalo como o do Japão, de magnitude 8,9, pode provocar uma réplica de força equivalente ao do terremoto do Haiti em 2010, que devastou aquele país", compara Lucas Vieira Barros, chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB).

O mesmo ocorre com os tremores que antecedem um grande terremoto. Dias antes do abalo de magnitude 8,9, um de quase 8 já havia sido sentido em solo japonês. "Tinha sido um aviso", avalia Jesus Berrocal, ex-professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Univer­­sidade de São Paulo (USP). "Mas a Terra é muito imprevisível. No dia, pensamos que já era um sismo grande, e não um aviso de um maior ainda por vir."

Energia liberada

Segundo Berrocal, o que aconteceu no Japão foi resultado da súbita liberação de grande quantidade de energia acumulada entre as placas tectônicas norte-americana e do Pacífico – elas se juntam bem próximas do território japonês e compõem o chamado "Círculo de Fogo", uma vasta área no oceano Pacífico em que placas se encontram e, consequentemente, ocorre forte incidência de terremotos.

"Algum obstáculo evitava a interação entre essas placas perto do Japão, o que fez com que muita energia se acumulasse nesse ponto.

Quando o obstáculo foi vencido, a placa se mexeu de uma vez só e liberou toda a energia", explica Berrocal.

Mesmo apesar de passado o forte terremoto, as duas placas continuam sob o efeito de forças provenientes do interior da Terra.

De acordo com Vieira Barros, da UnB, existe em algum ponto dessa falha alguma rugosidade que segura os movimentos. "E vai quebrando, quebrando... cada ruptura significa um novo terremoto", diz Barros.

Tremores

O número de tremores correlatos e as magnitudes deles vão depender do tamanho da área que se rompeu no principal abalo. No caso japonês, a extensão é avaliada em 500 quilômetros, algo bastante significativo, segundo os especialistas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]