
Os jornais The Guardian, do Reino Unido, e The Washington Post, dos EUA, receberam ontem o prêmio Pulitzer na categoria serviço público pelas reportagens sobre espionagem americana, baseadas nas revelações do ex-analista da CIA Edward Snowden.
A Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, reconheceu o jornal britânico por "criar um debate sobre a relação entre o governo e o público sobre assuntos de segurança e privacidade".
No caso do Post, o júri afirmou que as "reportagens credenciadas ajudaram o público a entender como as revelações se encaixam dentro do espectro mais amplo da segurança nacional".
O Guardian foi o primeiro a divulgar o alcance da espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA), dos EUA, baseando-se em milhares de documentos entregues por Snowden, que mostravam como os americanos controlavam as comunicações de milhões de cidadãos, de várias empresas e das autoridades de outros países.
O Post foi um dos grandes meios que mais atenção deu ao escândalo, que despertou um grande debate mundial sobre a segurança das comunicações eletrônicas e que levou a administração americana a prometer mudanças.
O jornal editado em Washington levou ontem outro prêmio por um trabalho de Eli Saslow a respeito da ajuda alimentar para as famílias mais desfavorecidas dos EUA.
Tragédia
Na categoria de notícias de última hora, o júri premiou o jornal The Boston Globe por sua cobertura dos atentados da maratona de Boston, destacando seu acompanhamento "exaustivo e com empatia" da tragédia, que aconteceu há um ano.
O prêmio de melhor informação internacional foi para Jason Szep e Andrew R.C. Marshall, da agência Reuters, pela cobertura da perseguição aos rohingyas, minoria muçulmana de Mianmar, enquanto na seção nacional David Philipps, do diário Gazette, do Colorado (EUA), levou o prêmio por uma história sobre veteranos de guerra.
O New York Times foi outro dos vencedores, na categoria fotojornalismo, com dois prêmios para os fotógrafos Tyler Hicks e Josh Haner.
O prêmio de jornalismo investigativo foi para o Center for Public Integrity, de Washington, por suas informações sobre como alguns advogados e médicos deram início a um sistema para negar ajudas a mineradores que sofriam de doenças pulmonares.
Origem
Criado em 1917 pelo editor de jornais Joseph Pulitzer (1847-1911), o prêmio que leva seu nome é referência no jornalismo, mas também reconhece trabalhos de literatura e música. Os premiados na categoria de serviço público recebem uma medalha de ouro e os outros vencedores levam US$ 10 mil.



