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 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Sentado na mureta em frente à entrada principal da estação ferroviária deMontparnasse, Jimie, 55 anos, expressava uma mistura de irritação e abatimento. Nos últimos dias, havia passado as noites nos subterrâneos da linha 13 do metrô parisiense.

“Eu durmo mal no metrô, meus olhos doem não sei por quê, e estou doente”, queixava-se.

Originário da Sardenha, na Itália, Jimie está há 41 anos na França, mas quase nunca trabalhou, e atravessou os anos entre a rua, albergues públicos e alojamentos provisórios. Recentemente, conseguiu um quarto em um hotel barato, o qual acabou perdendo por falta de recursos para pagar, e agora depende do 115. Os três algarismos são a senha mágica para os SDFs que almejam pernoitar em algum abrigo. O número de telefone funciona 24 horas, e o serviço direciona os sem-teto para algum estabelecimento gerido pelo estado ou uma associação que tenha vaga disponível. Mas obter um lugar muitas vezes se assemelha a uma travessia do deserto.

“Tento ligar quando consigo, mas está quase sempre ocupado; quando alguém atende, diz que não há leitos”, diz Jimie, desolado, antes de voltar ao vagão.

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