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Premiê britânico solicitou que se espere o relatório de uma investigação sobre festas realizadas durante a pandemia por altos funcionários do Executivo
Premiê britânico solicitou que se espere o relatório de uma investigação sobre festas realizadas durante a pandemia por altos funcionários do Executivo| Foto: EFE/EPA/UK PARLIAMENT/JESSICA TAYLOR

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, foi pressionado a renunciar durante uma tensa sessão do Parlamento, em meio à crise gerada pela revelação de que festas foram realizadas por altos funcionários do governo britânico enquanto o país enfrentava um lockdown devido à Covid-19.

Nesta quarta-feira (19), o parlamentar conservador David Davis fez uma dura crítica a Johnson, enquanto esteve participava da sessão no Legislativo.

“Espero que meus líderes assumam a responsabilidade pelas suas ações. Ontem, ele fez o contrário disso [referência a uma entrevista que Johnson concedeu à Sky News, na qual, segundo Davis, o premiê teria tentado ‘fugir da sua responsabilidade’]”, afirmou Davis.

“Então, vou lembrá-lo de uma citação que pode ser familiar a seus ouvidos, [quando o ex-parlamentar] Leopold Amery [disse] para Neville Chamberlain [premiê britânico infame por não ter freado a ascensão de Hitler]: ‘Você ficou sentado por tempo demais aqui para qualquer bem que tenha feito. Em nome de Deus, vá embora'”, disparou.

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, ironizou os ataques dos conservadores ao correligionário Johnson, perguntando se os rivais políticos haviam “trazido sua própria bebida”.

Foi uma referência a um convite que trazia essa recomendação, enviado pelo secretário particular do primeiro-ministro, Martin Reynolds, para cerca de 40 pessoas, para uma festa em Downing Street, residência oficial do premiê britânico, em 20 de maio de 2020. Outros eventos, incluindo uma festa no Natal de 2020 e durante o período de luto pela morte do príncipe Philip, em 2021, foram realizados por membros do alto escalão do governo britânico durante a pandemia.

Na semana passada, Johnson esteve no Parlamento e pediu desculpas por ter comparecido à festa de 20 de maio de 2020, mas alegou que achou que se tratava de uma reunião de trabalho e que ficou no evento (realizado no jardim de Downing Street) apenas cerca de 20 minutos.

Nesta quarta-feira, Johnson reiterou as desculpas, mas afirmou que está “orgulhoso” do que seu governo fez no combate à pandemia. Também solicitou que se espere o relatório de uma investigação que a servidora pública sênior Sue Gray está fazendo sobre essas festas.

Os parlamentares conservadores estão juntando cartas para solicitar a abertura de um voto de desconfiança contra Johnson, que pode retirá-lo do poder. O parlamentar Christian Wakeford migrou do Partido Conservador para o Trabalhista, alegando indignação com o comportamento do primeiro-ministro.

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