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Jerusalém – O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, ameaçou desencadear "o maior ataque contra os territórios autônomos palestinos" se os grupos extremistas atacarem durante a retirada dos colonos judeus da Faixa de Gaza, um dos dois territórios palestinos. "O mundo está esperando pela resposta palestina", avisou. A advertência foi parte de um pronunciamento televisionado à nação no início do plano de retirada israelense da Faixa de Gaza. Além dos 21 assentamentos judaicos da Gaza, Israel também está promovendo a retirada de quatro assentamentos da Cisjordânia, o outro território palestino encravado em Israel. A retirada das 25 colônias é um acontecimento histórico: pela primeira vez Israel retira assentamentos de áreas que foram capturadas com a Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, e que fazem parte da demanda palestina para a criação de seu futuro Estado.

Sharon disse que compartilhava a dor dos colonos, mas também compreendia a situação do 1,4 milhão de palestinos desse território. "Não podemos manter Gaza para sempre. Mais de 1 milhão de palestinos vivem lá e dobram seu número a cada geração. Eles vivem em campos de refugiados superpovoados, em condições incomuns, em pobreza e desespero, em meio a ódio crescente, sem esperança no horizonte", afirmou, desta vez em um recado dirigido aos judeus.

Ele reconheceu que seu plano de retirada unilateral provocou um amargo debate nacional, mas exortou o país a se unir. "Somos um povo, também em momentos de conflito e discussão", ponderou. "Estamos entrando em um novo caminho em que os perigos não são poucos, mas também há um raio de luz para todos nós", acrescentou. Segundo as pesquisas, 60% dos israelenses apóiam a retirada planejada por Sharon por acreditar que ela pode levar ao fim da violência.

Como não poderia deixar de ser, a resistência é maior entre os moradores das colônias judaicas que há . A maior parte parece disposta a deixar do lugar, mesmo a contragosto. No entanto, os nacionalistas prometem fincar pé, uma atitude que Exército de Israel promete impedir. Os colonos judeus têm de deixar suas casas nos assentamentos a serem desocupados até amanhã de manhã (horário local). A partir daí, o Exército está autorizado a usar a força para retirá-los.

Os militares anunciaram ontem a retirada completa de dois assentamentos judaicos na Cisjordânia: Ganim e Kadim. Nos outros dois assentamentos da Cisjordânia a serem esvaziados – Homesh e Sanur --, bastiões da resistência à retirada, forças de segurança se retiraram ontem, depois que moradores se recusaram a receber as ordens de despejo distribuídas por soldados.

Em Gaza, a distribuição das ordens de retirada foi bem sucedida em Eli Sinai, onde 56 das 59 famílias concordaram em se retirar. Somente uma família permanece no assentamento de Dugit, também no norte. No assentamento de Nissanit, no entanto, apenas 9 das 40 famílias de colonos concordou em sair pacificamente. Soldados e moradores do local choraram, ontem, ao retirar objetos sagrados antes da destruição da sinagoga local.

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