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O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, apresentou nesta terça-feira uma melhora em seu estado de saúde. De acordo com o diretor do Hospital Hadassah, Shlomo Mor-Yosef, Sharon conseguiu mover pela primeira vez o lado esquerdo de seu corpo desde que sofreu o grave derrame cerebral na semana passada.

- O primeiro-ministro moveu sua mão esquerda - disse Mor-Yosef.Mas ele ressaltou que Sharon permanece em estado crítico.

Também nesta terça-feira, o jornal israelense 'Haaretz' informou que Sharon recebeu medicamentos anticoagulantes não indicados em seu caso. Segundo a publicação, o premier tomou remédios que aumentam o risco de infartos e hemorragias cerebrais, quando ainda não havia sido diagnosticada uma doença nos vasos sanguíneos de seu cérebro.

Citando um médico próximo à equipe que trata Sharon, o jornal afirmou que uma angiopatia amilóide cerebral foi diagnosticada durante a segunda internação do primeiro-ministro, na quarta-feira passada. A doença pode ter aumentado o risco de hemorragia ao ser combinada com os medicamentos que o premier recebeu após ter sofrido o primeiro derrame, no último dia 19 de dezembro.

Ainda de acordo com o "Haaretz", os médicos do premier conseguiram identificar a angiopatia depois de examinar tomografias cerebrais e acreditam que os anticoagulantes são a causa do segundo derrame, de maior gravidade, e das hemorragias que sofreu na última quarta-feira.

A angiopatia pode ser resultado de uma deformacão genética. Seu diagnóstico é muito difícil e às vezes só é detectada depois de uma hemorragia cerebral.

Esta é a crítica mais recente de uma série de questionamentos em relação ao tratamento médico recebido por Sharon desde seu primeiro derrame cerebral.

O Hospital Hadassah informou que o líder israelense permanece em estado crítico mas estável nesta terça-feira, enquanto os médicos levam adiante os esforços para tirá-lo do coma induzido.

- As condições do primeiro-ministro continuam sem mudanças. Hoje (terça-feira) os médicos vão continuar o tratamento iniciado ontem - afirmou o porta-voz do hospital, Ron Kromer.

Sharon respirou espontaneamente e moveu levemente o braço e a perna direitos, depois que médicos reduziram seu nível de sedação. Os especialistas querem avaliar os danos cerebrais causados por um grave derrame sofrido pelo premier na quarta-feira passada.

A rádio israelense informou nesta terça-feira que os médicos colocaram músicas de Mozart para Sharon, enquanto seus filhos, Omri e Gilad, falam com ele. O objetivo é acelerar o processo de reversão do coma, que pode levar dias.

- Não podemos dizer que ele está fora de perigo - disse na segunda-feira Felix Umansky, cirurgião-chefe da equipe que operou três vezes o líder israelense.

Umansky acrescentou que Sharon ainda não abriu os olhos e não retomou a consciência.

Em um boletim divulgado no início da tarde desta segunda-feira, os médicos disseram que ainda é cedo para avaliar as funções cognitivas do primeiro-ministro, mas reconhecem ter observado uma pequena melhora no estado de saúde de Sharon. Em testes de sensibilidade, o premier respondeu a estímulos de dor, conseguindo mexer um pouco a perna e o braço direitos.

- Em um teste de sensibilidade, nós notamos que o primeiro-ministro Ariel Sharon moveu um pouco de seu braço direito e da perna direita - contou Shlomo Mor-Yosef, diretor do hospital.

Repetindo informações fornecidas em um pronunciamento feito mais cedo, Mor-Yosef disse que Sharon começou a respirar espontaneamente depois que os médicos reduziram o nível de sedação. O diretor, no entanto, ressaltou que ainda há a possibilidade de recolocá-lo em estado de coma induzido.

No pronunciamento realizado na manhã de segunda-feira, os médicos informaram que, por precaução, Sharon continuará ligado a respiradores artificiais.Segundo Mor-Yossef, o processo será gradual e pode levar horas ou até mesmo dias. Os médicos esperam poder avaliara resposta de Sharon e a extensão de possíveis danos em seu cérebro.

Segundo Mor-Yossef, a decisão de reduzir os anestésicos administrados a Sharon foi tomada depois do resultado do terceiro exame de tomografia cerebral, realizado neste domingo. Eledisse que houve melhora, com pressão cranial normal.

O consenso entre os médicos era de que, mesmo que Sharon sobreviva, será improvável que ele possa voltar à política. Os médicos disseram que não há garantia de que o primeiro-ministro recupere a consciência mesmo quando a medicação que o mantém em coma for suspensa.

Uma bateria de exames realizada no sábado também revelara uma "pequena melhora" no estado de saúde do premier. Sharon, de 77 anos, foi operado na sexta-feira para conter a hemorragia cerebral. Um dia antes, logo após sofrer o derrame, ele passara por duas cirurgias com o mesmo objetivo.

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