Jerusalém O gabinete de Israel vai declarar o primeiro-ministro Ariel Sharon que enfrenta hoje uma nova cirurgia "permanentemente incapacitado" em seu encontro da próxima semana, informou ontem o jornal Yediot Ahronot. O secretário de Justiça de Israel declarou Sharon temporariamente incapacitado depois que o premier sofreu um derrame em 4 de janeiro, há 90 dias. Desde então, o vice-primeiro-ministro Ehud Olmert vem ocupando o cargo que pertencia a Sharon.
A votação do gabinete no próximo domingo, que entrará em efeito em 14 de abril, declarará Olmert primeiro-ministro. Sharon está em coma desde 5 de janeiro. O partido centrista de Olmert Kadima, criado por Sharon semanas antes de sua embolia, venceu as eleições da semana passada.
Hoje, os médicos realizarão uma nova cirurgia para restaurar partes do crânio de Sharon. Segundo a televisão israelense, a operação deverá restaurar cerca de um quarto do crânio de Sharon, parte removida durante as sete cirurgias prévias. Os médicos afirmam que o estado de saúde do premier é "crítico, mas estável". Segundo o porta-voz Ron Krummer, "a intervenção não se deve a uma deterioração do estado de saúde" de Sharon.
Desde o derrame, Sharon passou por várias cirurgias, incluindo uma operação para conter sangramentos em sua cabeça e outra para remover parte de seu intestino. Ele permanece no hospital Haddassah, em Jerusalém. Médicos têm especulado que, nas próximas semanas, Sharon poderá ser removido para uma clínica direcionada a pacientes comatosos que requerem cuidados permanentes.
A vitória do Kadima nas eleições da semana passada foi considerada também uma vitória de Sharon. Depois de criar o partido, ele o entregou a Ehud Olmert, que era vice-premier. Olmert vem negociando a formação de um novo governo e deve manter os planos de Sharon, que defendia a retirada gradual das colônias israelenses dos territórios ocupados, exigindo o fim dos ataques palestinos.
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