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Tel Aviv – O silêncio das armas após mais de um mês de combates transformou a tensão acumulada em alegria ontem em Israel. No norte do país, onde nas semanas passadas caíram diariamente até 250 foguetes, os habitantes voltaram a sair dos seus sótãos e bunkers. "Hoje o ar parece um pouco diferente", disse um homem em Kiryat Shmona, uma das cidades que mais sofreram com os ataques da milícia radical libanesa Hezbollah.

Moradores do norte de Israel saíram às ruas para encontrar a região de fronteira calma após mais de um mês de conflitos. Mas poucos esperam que dure muito a trégua firmada com a ajuda da ONU. O barulho dos disparos de artilharia de Israel e dos foguetes lançados pelo Hezbollah deixou de ser ouvido pouco antes de o cessar-fogo entrar em vigor, às 8 horas (2 horas em Brasília).

Sem nada para fazer, soldados israelenses descansavam nas sombras. Alguns fumavam e jogavam cartas. A Rádio do Exército de Israel tocava a música: "Aqui vêm eles, os dias de tranquilidade".

Uma hora depois de encerrado os combates, Johnny Wena, de 12 anos, morador de Metula, conseguiu andar de bicicleta pela primeira vez em um mês. "Sinto-me mais seguro", disse. Mas poucos moradores de Metula acreditavam na trégua ou na habilidade da ONU para fazer com que ela seja duradoura.Wena se mostrou desconfiado: "Acho que Israel terá de fazer a mesma coisa de novo. Mas, por enquanto, eu quero me divertir."

Reação

A maior parte dos moradores de Metula e de outras cidades israelenses da fronteira abandonou suas casas depois do começo dos conflitos, deflagrados depois de a guerrilha Hezbollah ter capturado dois soldados de Israel, no mês passado.

O grupo guerrilheiro respondeu aos ataques aéreos de Israel bombardeando o norte do Estado judaico com foguetes, responsáveis por matar 40 civis. O número de vítimas, no entanto, foi muito maior do lado libanês, onde os ataques aéreos e os disparos de artilharia realizados por Israel mataram mais de mil pessoas, a grande maioria delas civis.

Fumando um cigarro em sua varanda, Naomi Levin, membro do conselho religioso de Metula, afirmou que, provavelmente, levaria algum tempo até as famílias sentirem-se novamente em segurança para regressarem. "Meus avós e meus pais viveram aqui. Eu cresci aqui com dúvidas, sabendo que não podemos confiar", afirmou.

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