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Revolta árabe

Síria aprova nova Carta em meio a massacres

ONU questiona credibilidade do referendo que respaldou mudança na Constituição proposta pelo governo

Funeral de vítimas dos confrontos entre oposicionistas e forças do governo em Idlib, noroeste da Síria | Bulent Kilic/AFP
Funeral de vítimas dos confrontos entre oposicionistas e forças do governo em Idlib, noroeste da Síria (Foto: Bulent Kilic/AFP)

No dia em que foi anunciada a aprovação de uma nova Consti­­tui­­ção na Síria, um massacre foi denunciado por ativistas de oposição. Ao menos 64 pessoas que tentavam fugir da cidade de Homs, bastião da rebelião contra o ditador Bashar Assad, foram encurraladas pelo regime num posto de controle na saída da cidade e mortas.

O grupo fugia dos bombardeios, que se estendem por semanas, no bairro de Bab Amr. So­­cor­­ristas do Crescente Vermelho transportaram os corpos encontrados para o hospital nacional de Homs, de acordo com os ativistas.

Ontem, outras 61 pessoas morreram nas cidades de Homs, Idleb, Aleppo, Hama, Damasco e Deraa. Os opositores somam mais de 8 mil civis mortos desde o início da revolta síria contra o regime de Assad, em março passado.

O governo sírio alega ser alvo de terroristas e de um complô do ocidente. A mídia internacional, porém, tem acesso restrito ao país.

A onda de violência ocorre no mesmo dia em que o governo sí­­rio anunciou os resultados de um contestado referendo constitucional.

Referendo

Segundo o Ministério do Interior, 89,4% dos eleitores aprovaram a proposta de uma nova Carta para o país – que institui o pluripartidarismo e mandatos presidenciais de sete anos, mas mantém Assad no poder até 2014.

A consulta pública aconteceu no domingo, mas dos 14,6 mi­­lhões de eleitores registrados, apenas 8,37 milhões compareceram para votar. A população da Síria é de quase 22,5 milhões de habitantes.

Em protesto, a oposição síria fez um chamado ao boicote das eleições. E a comunidade internacional criticou duramente a proposta de reforma constitucional.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou ontem que du­­vida da credibilidade do referendo e disse que a situação de violência e de repressão no país tiram a legitimidade da consulta.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, também criticou o referendo e reagiu à proposta feita pelo governo do Catar, no fim de semana, em defesa de ar­­mar os opositores sírios. Antes, a Arábia Saudita havia feito a mesma sugestão. Analistas suspeitam de que, na verdade, os dois países já estejam armando a oposição.

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