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Funeral de vítimas dos confrontos entre oposicionistas e forças do governo em Idlib, noroeste da Síria | Bulent Kilic/AFP
Funeral de vítimas dos confrontos entre oposicionistas e forças do governo em Idlib, noroeste da Síria| Foto: Bulent Kilic/AFP

Nova constituição

Carta aprovada em referendo acaba com o sistema monopartidário. Desde 1963, o partido Baath era "o líder do Estado e da sociedade" na Síria.

• Artigo 8 – Sistema político deve ser baseado no pluralismo partidário e no exercício democrático das eleições.

• Artigo 42 – Liberdade de fé deve ser protegida por lei.

• Artigo 43 – Estado deve garantir liberdade de imprensa e de publicação da mídia.

• Artigo 44 – Cidadãos têm direito a se reunirem, fazerem demonstrações e greves pacíficas.

• Artigo 84 – Para ser elegível ao cargo de presidente, o candidato deve ser muçulmano, ter completado 40 anos de idade, de nacionalidade síria e ser casado com uma cidadã síria.

• Artigo 86 – O presidente da república deve ser diretamente eleito pelo povo.

• Artigo 88 – O presidente é eleito para mandato de 7 anos e pode ser reeleito apenas uma vez.

• Artigo 132 – O poder jurídico é independente.

Fonte: agência de notícias oficial síria Sana

No dia em que foi anunciada a aprovação de uma nova Consti­­tui­­ção na Síria, um massacre foi denunciado por ativistas de oposição. Ao menos 64 pessoas que tentavam fugir da cidade de Homs, bastião da rebelião contra o ditador Bashar Assad, foram encurraladas pelo regime num posto de controle na saída da cidade e mortas.

O grupo fugia dos bombardeios, que se estendem por semanas, no bairro de Bab Amr. So­­cor­­ristas do Crescente Vermelho transportaram os corpos encontrados para o hospital nacional de Homs, de acordo com os ativistas.

Ontem, outras 61 pessoas morreram nas cidades de Homs, Idleb, Aleppo, Hama, Damasco e Deraa. Os opositores somam mais de 8 mil civis mortos desde o início da revolta síria contra o regime de Assad, em março passado.

O governo sírio alega ser alvo de terroristas e de um complô do ocidente. A mídia internacional, porém, tem acesso restrito ao país.

A onda de violência ocorre no mesmo dia em que o governo sí­­rio anunciou os resultados de um contestado referendo constitucional.

Referendo

Segundo o Ministério do Interior, 89,4% dos eleitores aprovaram a proposta de uma nova Carta para o país – que institui o pluripartidarismo e mandatos presidenciais de sete anos, mas mantém Assad no poder até 2014.

A consulta pública aconteceu no domingo, mas dos 14,6 mi­­lhões de eleitores registrados, apenas 8,37 milhões compareceram para votar. A população da Síria é de quase 22,5 milhões de habitantes.

Em protesto, a oposição síria fez um chamado ao boicote das eleições. E a comunidade internacional criticou duramente a proposta de reforma constitucional.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou ontem que du­­vida da credibilidade do referendo e disse que a situação de violência e de repressão no país tiram a legitimidade da consulta.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, também criticou o referendo e reagiu à proposta feita pelo governo do Catar, no fim de semana, em defesa de ar­­mar os opositores sírios. Antes, a Arábia Saudita havia feito a mesma sugestão. Analistas suspeitam de que, na verdade, os dois países já estejam armando a oposição.

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