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Bashar al-Assad (à dir.) em visita à cidade de Maaloula: mandatário é o favorito para conquistar terceiro mandato | Sana/Reuters
Bashar al-Assad (à dir.) em visita à cidade de Maaloula: mandatário é o favorito para conquistar terceiro mandato| Foto: Sana/Reuters

Críticas

Aliança de oposição adianta que não irá reconhecer o pleito

A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal aliança política opositora, rejeitou a convocação das eleições e declarou que "não as reconhecerá". O dirigente da CNFROS, Monzer Akbik, disse que o presidente Bashar al-Assad "está em um estado de negação e separação total da realidade".

"Estas eleições serão um teatro", sentenciou Akbik. Pela primeira vez em décadas será permitida a apresentação de vários candidatos. Porém, a norma estipula que os aspirantes à Presidência devem ter residido na Síria durante dez anos consecutivos e não podem ter uma segunda nacionalidade, fato que dificulta a concorrência de muitos opositores que estão exilados.

Contestada

Disputa é "paródia da democracia", afirma o governo dos EUA

Os Estados Unidos disseram ontem que as eleições presidenciais previstas na Síria para 3 de junho que buscam legitimar o regime de Bashar al-Assad são uma "paródia da democracia" e carecem de credibilidade.

"As eleições presidenciais, que na realidade são um referendo e não um verdadeiro voto, (...) são uma paródia da democracia. O regime sírio dos Assad nunca realizou eleições verdadeiras e livres e tomou medidas legais e administrativas para assegurar que este voto não será justo", disse ontem a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki. Ela destacou que se trata de uma chamada especialmente vazia dado que "o regime [de Assad] continua com o massacre do eleitorado que pretende representar". Jen afirmou que no atual contexto bélico a eleição não dá resposta às aspirações do povo sírio nem permite avançar rumo a uma solução negociada ao conflito.

  • Parlamento sírio se reúne para escolher data da eleição

A Síria irá realizar eleições presidenciais em 3 de junho, anunciou ontem o regime em uma transmissão da televisão estatal. Ainda que não tenha anunciado sua candidatura oficialmente, é esperado que o ditador Bashar al-Assad vença as eleições e garanta assim um terceiro mandato, a despeito da insurgência contra seu regime. Para a ONU, a convocação representa um obstáculo para as negociações de paz.A advertência veio do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi. "Os dois avisaram várias vezes que a realização de eleições nas atuais circunstâncias, com um conflito em curso e deslocamentos maciços, prejudicará o processo político e dificultará as perspectivas de uma solução política", declarou à imprensa o porta-voz de Ban, Stephane Dujarric.

Ele ressaltou que as eleições são "incompatíveis com a Convenção de Genebra", que dão base às conversas de paz entre governo e oposição. "Em todo caso, continuaremos buscando e trabalhando com qualquer possibilidade de solucionar a tragédia na Síria", acrescentou.

A crise síria, iniciada em março de 2011, já deixou mais de 150 mil mortos, além de 9 milhões de deslocados. Em Damasco, os aliados de Assad apostam em seu nome como uma garantia de estabilidade diante do caos instalado no país.

O anúncio foi feito pelo líder parlamentar Muhammad al-Laham e transmitido pela televisão estatal. Ele ocorreu pouco após morteiros terem atingido a região do Parlamento sírio. O disparo foi anunciado por rebeldes como um aviso de que o regime não está seguro. Cinco pessoas foram mortas.

Candidatos podem se registrar para concorrer à Presidência de hoje até 1.º de maio. As eleições eram esperadas para essa época, já que a lei síria estabelece a realização do pleito antes do fim do atual mandato de sete anos de Assad, em 17 de julho.

Ataque

Os Estados Unidos estão buscando informações sobre se produtos químicos tóxicos foram utilizados em áreas da Síria controladas por forças rebeldes que querem a saída do presidente Bashar al-Assad. O departamento de Estado norte-americano disse ontem que há a possibilidade de cloro ter sido utilizado, embora não haja confirmação.

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