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Manifestantes pró-governo escalam muro da embaixada dos EUA em Damasco para protestar contra o que classificam de “ingerência” no país | www.shukumaku.com/AFP
Manifestantes pró-governo escalam muro da embaixada dos EUA em Damasco para protestar contra o que classificam de “ingerência” no país| Foto: www.shukumaku.com/AFP

Reação

Hillary condena violência

Em entrevista coletiva ontem, as chefes de diplomacia dos EUA, Hillary Clinton, e da União Europeia, Catherine Ashton, condenaram os ataques a embaixadas na Síria.

A secretária de Estado americana disse que o ditador Bashar Assad está equivocado se acha que é "indispensável" aos sírios.

"O presidente Assad não é indispensável", disse a chefe da diplomacia americana. "Nosso objetivo é que se cumpra a vontade democrática do povo sírio", completou.

"Assad perdeu legitimidade, fracassou em cumprir suas promessas, buscou e aceitou a ajuda do Irã (...) para reprimir seu povo", acrescentou.

Manifestantes partidários do regime sírio atacaram ontem as embaixadas dos Estados Unidos e da França em Damasco, para denunciar a visita de seus respectivos embaixadores à cidade rebelde de Hama (centro), provocando a fúria de Washington e Paris.

Os embaixadores dos Estados Unidos e da França na Síria, Robert Ford e Eric Chevallier, viajaram na semana passada a Hama, em visitas separadas e não coordenadas, provocando a ira das autoridades do regime.

Paris - Centenas de manifestantes sí­­rios atacaram ontem as embaixadas dos Estados Unidos e da Fran­­ça em Damasco, quebrando janelas e pichando as paredes. Três funcionários da embaixada francesa ficaram feridos.

Os ataques às representações diplomáticas foram caracterizados como uma reação de partidários do governo do presidente da Síria, Bashar Assad, às visitas protagonizadas pelos embaixadores de EUA e França na semana passada à cidade de Hama, um foco de protestos contra o regime localizado no centro do país.

Guardas da representação di­­plomática efetuaram disparos de advertência, segundo o Ministério das Relações Exteriores da França.

Na embaixada dos EUA, os agressores quebraram janelas e içaram uma bandeira síria no complexo da sede diplomática, mas ninguém ficou ferido. Os manifestantes também picharam algumas paredes, chamando de "cachorro" o embaixador norte-americano. Posteriormente, os manifestantes atacaram também a residência do embaixador dos EUA na Síria, Robert Ford.

"O governo sírio nos garantiu que irá fornecer a proteção exigida sob a Convenção de Viena e nós esperamos que isso ocorra", afirmou um funcionário da em­­baixada norte-americana. Se­­gundo esse funcionário, uma rede de televisão próxima do regime incitou "a manifestação violenta".

O governo sírio qualificou a visita feita pelos embaixadores Ford, dos EUA, e Eric Chevallier, da França, a Hama como uma "interferência flagrante" em "as­­suntos internos" do país.

Grupos de defesa dos direitos humanos dizem que pelo menos 1.400 civis já foram mortos desde o início, em março, do levante contra o governo autocrático de Assad, gerando a maior ameaça a sua liderança desde que ele sucedeu a seu pai, há 11 anos. Em ou­­tros incidentes de violência on­­tem, forças sírias mataram um civil e feriram 20 outros em disparos de metralhadoras pesadas em Homs, a terceira maior cidade do país, e vasculharam casa por casa em Hama, prendendo suspeitos opositores, disseram ativistas dos direitos humanos.

Apesar de usar força para es­­magar os protestos, Assad também vem lançando chamados por um diálogo sobre reformas. Mas muitas figuras oposicionistas se recusaram a participar de uma conferência de dois dias na capital, dizendo que é inútil en­­quanto a violência continuar.

"O diálogo só pode funcionar quando as duas partes se respeitam mutuamente e se veem como iguais", disse Ayman Abdel-nour, editor residente no Golfo do site all4syria.com. "No momento, não existe diálogo."

Hilal Khashan, comentarista político residente no Líbano, disse que o chamado de Assad por um diálogo não é sério e que visa comprar tempo. "Se o regime fosse sério em relação a reformas, mudaria suas medidas de segurança," disse ele.

ONU

A França lidera as tentativas ocidentais de aprovar no Con­­selho de Segurança da ONU uma resolução condenando o governo sírio pela repressão violenta aos protestos. Os franceses afirmam que Assad perdeu sua legitimidade devido ao grande número de civis mortos na repressão às manifestações, que tentam en­­cerrar os 41 anos de governo da família Assad.

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