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A situação se acalma nos bairros abalados por distúrbios urbanos na França, após quase três semanas de violência, enquanto o projeto de lei que prorroga por três meses o estado de emergência no país chega nesta terça-feira à Câmara dos Deputados.

A oposição de esquerda se dispõe a votar contra a prorrogação, mas, como o governista partido conservador UMP tem a maioria absoluta na Câmara, acredita-se que seja aprovado o projeto de lei apresentado pelo Governo de Dominique de Villepin, apesar da violência começar a diminuir.

Segundo o balanço da noite passada divulgado hoje pela polícia, houve 215 veículos queimados, contra 284 da véspera, o que eleva o total para 8.810 desde o início da crise no último dia 27 de outubro.

Trata-se de "uma volta a uma situação quase normal", disse a polícia, e destacou que só em sete municípios, entre eles Paris e Lille, no norte, houve mais de cinco veículos incendiados. Pelo menos 71 pessoas foram presas na noite passada, elevando para 2.838 o número de detidos desde o começo da onda de distúrbios.

Enquanto isso, o chefe da bancada socialista na Câmara dos Deputados, Jean-Marc Ayrault, anunciou que proporá hoje aos representantes de sua formação que votem contra.

- Não é o estado de emergência que vai resolver o problema. Não há necessidade de uma medida de exceção" nem dar "os plenos poderes ao Governo - disse Ayrault na rede France 2.

Os comunistas, por sua parte, denunciaram que o Executivo conservador "persiste em sua obsessão" de utilizar "esta lei de exceção cheia de perigos para a democracia", "violenta e inútil", e afirmaram que "a emergência é antes de tudo social".

Os legisladores comunistas disseram que boicotarão a reunião convocada nesta tarde pelo primeiro-ministro com os líderes das duas câmaras do Parlamento e dos grupos parlamentares para tratar de convencer aos reticentes.

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