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David Miranda, namorado de Glenn Greenwald (fora de foco, o jornalista contato de Snowden), foi detido em Londres | Ueslei Marcelino/Reuters
David Miranda, namorado de Glenn Greenwald (fora de foco, o jornalista contato de Snowden), foi detido em Londres| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Edward Snowden, ex-técnico do serviço de inteligência dos EUA que revelou o esquema mundial de espionagem do país, defendeu em carta aberta uma "solução global" que limite legalmente programas de monitoramento a cidadãos e políticos.

A carta, publicada ontem com exclusividade pela revista semanal alemã Der Spiegel sob o título "Um manifesto pela verdade", ressalta que a sociedade "não pode esquecer que a espionagem em massa é um problema global e requer uma solução global".

Segundo Snowden, tramas de acompanhamento e interceptação das comunicações como as que revelou "não são só uma ameaça para a esfera privada", mas também para "a liberdade de expressão".

"Temos a obrigação moral de preocupar-nos para que nossas leis e valores limitem os programas de espionagem e protejam os direitos humanos", afirma o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana.

Snowden, de quem os Estados Unidos retiraram o passaporte após as primeiras revelações e que vive agora com uma permissão temporária em Moscou, ataca "alguns governos" (ele menciona Washington e Londres) que iniciaram "uma campanha de perseguição" contra ele e que querem eliminar o debate público sobre a espionagem.

A capa do semanal estampa o rosto do informante e a manchete "Asilo a Snowden", com a frase "quem revela a verdade não comete nenhum delito", abaixo.

O trecho encerra a carta publicada, e já aparecia na mensagem enviada pelo americano ao governo alemão na última semana.

Além do manifesto de Snowden, a revista traz o pedido de mais de 50 figuras públicas alemãs para que o país conceda asilo ao americano.

O ex-secretário geral da União Democrata Cristã (partido da chanceler Angela Merkel), Heiner Geissler, afirma que "Snowden prestou um grande serviço ao mundo ocidental" e que cabe agora à Alemanha ajudá-lo.

Entre os nomes da lista estão o do ator Daniel Brühl e o do presidente da liga alemã de futebol, Reinhard Rauball.

Semana passada, Brasil e Alemanha levaram às Nações Unidas um projeto conjunto de resolução da crise causada pelas revelações de espionagem realizadas pelos EUA.

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