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O presidente dos EUA, Barack Obama, faz nesta semana sua segunda incursão pela diplomacia europeia, enfrentando pressão para demonstrar que sua política externa que prioriza o consenso é capaz de obter os resultados que o estilo unilateral de seu antecessor George W. Bush não conseguiu.

Obama fará um discurso para o mundo islâmico na quinta-feira no Cairo e em seguida faz visitas a Alemanha e França, marcadas pelo tema da Segunda Guerra Mundial - ele irá ao campo de concentração de Buchenwald e às praias da Normandia, onde celebrará os 65 anos do desembarque dos aliados, no chamado Dia D.

Um tio-avô de Obama ajudou a libertar um dos subcampos de Buchenwald, e o avô que ajudou a criá-lo entrou na França pela Normandia, depois do Dia D, como parte do Exército do general George Patton.

Obama terá reuniões em separado com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e com a chanceler alemã, Angela Merkel. Devem discutir a crise global, o programa nuclear do Irã, o conflito afegão e as relações do Ocidente com a Rússia.

Analistas dizem que, apesar do caráter eminentemente simbólico das visitas à França e à Alemanha, Obama deve começar a demonstrar que sua política externa de tom deliberativo é capaz de produzir uma abordagem mais unificada para problemas comuns.

Em sua primeira viagem oficial à Europa, em abril, Obama tinha dois grandes objetivos: convencer os governos locais a darem mais estímulos para a recuperação econômica, e obter apoio adicional dos aliados para o conflito no Afeganistão.

Obama foi eleito com a promessa de buscar um maior envolvimento diplomático com o mundo do que Bush. Até agora, os resultados foram ambíguos.

"Acho que a viagem de abril foi muito bem no sentido de que o governo Obama tomou uma decisão deliberada de reduzir as expectativas e construir uma forte relação com a Europa, mesmo que isso significasse não conseguir tudo o que ele queria a respeito de estímulos (econômicos) e tropas para o Afeganistão," disse Charles Kupchan, especialista em Europa do Conselho de Relações Exteriores, uma entidade liberal.

"Nesse sentido, a viagem de abril foi um investimento no futuro. Acho que agora Obama precisa começar a demonstrar que sua nova marca de liderança e sua ênfase na construção de consensos geram dividendos."

Já Sally McNamara, analista de Europa da entidade conservadora Heritage Foundation, mostrou mais ceticismo. "Acho necessário olhar isso por dois prismas. Ele foi popular? Foi saudado pelos povos da Europa? Absolutamente. O cara foi um 'rock star'. Em termos políticos, foi um desastre absoluto. Ele não conseguiu nada do que queria," acrescentou. "Se ele genuinamente queria um estímulo econômico extra, se genuinamente queria tropas no Afeganistão, fracassou completa e enormemente."

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