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Equipe do Serviço Médico Legal (Semefo) de Iguala continua com as buscas neste domingo | EFE/José Méndez
Equipe do Serviço Médico Legal (Semefo) de Iguala continua com as buscas neste domingo| Foto: EFE/José Méndez

A procuradoria do estado de Guerrero, no México, afirmou neste domingo que os 28 os corpos já encontrados nas fossas em que são procurados os 43 estudantes de magistério desaparecidos estão todos carbonizados.

Em entrevista coletiva em Acapulco, no litoral do estado, o procurador geral de Justiça do Estado (PGJE), Iñaky Blanco, afirmou que foi expedido mandado de prisão contra os 22 policiais, detidos após uma ação policial que provocou a morte de seis pessoas há uma semana, desta vez acusados de atuar de forma coordenada com o crime organizado.

Blanco anunciou que "serão analisadas amostras biológicas para a elaboração do perfil genético" dos restos mortais para checar se coincidem com "pessoas que têm familiares desaparecidos" no estado.

O procurador revelou que as seis valas comuns só foram encontradas por causa do depoimento de policiais e criminosos detidos, e que o acesso é difícil, porque "existem conchas de água, além de ser preciso caminhar dois quilômetros" para chegar até elas.

Dos 28 corpos descobertos e levados para as instalações do Serviço Médico Legal, "há alguns completos e outros fragmentados".

Segundo ele, os corpos apresentam "sinais de calcinação". Sobre eles "foi colocada uma cobertura de galhos e troncos em que se ateou fogo com gasolina e petróleo", relatou.

Além da equipe da procuradoria trabalham no reconhecimento dos corpos membros da Comissão Nacional de Direitos Humanos, equivalente à Defensoria Pública no México, e nove especialistas argentinos, liderados por Mercedes Doretti, pertencente à equipe Argentina de Antropologia Legal.

Espera-se que em um prazo que pode variar "entre 15 dias e dois meses" a identidade dos corpos possa ser totalmente confirmada.

Na madrugada entre sexta-feira 26 e sábado 27 aconteceram vários tiroteios contra estudantes da Escola Normal (escola de magistério) Rural de Ayotzinapa e contra um ônibus de um time de futebol juvenil, que deixaram seis pessoas mortas.

A escola de Ayotzinapa, que fica no município de Tixtla, prepara professores de educação primária e é famosa por ter sido sala de aula de nomes como Lúcio Cabañas Barrientos e Genaro Vázquez Rojas, que lideraram nas décadas de 1960 e 1970 grupos guerrilheiros.

Segundo Blanco, o tiroteio e provavelmente o desaparecimento dos estudantes teve a participação da Polícia Municipal Preventiva de Iguala.

Além disso, foi ditada uma ordem de "apresentação" para o prefeito da cidade, José Luis Abrange, foragido após os fatos. A procuradora vai solicitar a suspensão de seu privilégio constitucional.

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