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Os socialistas franceses escolhem nesta quinta-feira, numa eleição inédita, seu candidato à Presidência do país. A favorita Ségolène Royal espera que uma vitória inconteste represente uma guinada na sua campanha.

Ela aparece nas pesquisas como a única socialista capaz de bater o ministro do Interior do atual governo de centro-direita, Nicolas Sarkozy, na eleição de 2007. Se isso ocorrer, Royal será a primeira mulher a presidir a França.

Na véspera da votação interna, Royal aparecia com ampla vantagem nas pesquisas sobre os rivais Dominique Strauss Khan, ex-ministro das Finanças que se diz social-democrata, e Laurent Fabius, ex-primeiro-ministro que se reinventou como esquerdista.

Mas analistas dizem que o resultado é imprevisível, porque as pesquisas foram feitas junto a simpatizantes do socialismo, e não entre os 219 mil filiados do partido. A votação vai de 13h a 19h (horas de Brasília). Os resultados devem sair na sexta-feira.

Se nenhum candidato obtiver maioria absoluta, haverá segundo turno no dia 23.

Strauss-Khan, que se considera responsável pela recuperação econômica da França no final da década de 1990, ainda não desistiu de levar a disputa ao segundo turno.

- O que posso prometer a todos vocês é que se houver segundo turno eu vencerei - afirmou no seu último ato de pré-campanha.

Em seu reduto na Normandia, Fabius disse que os votos dados a Royal por filiados recém-chegados ao partido podem acabar beneficiando Sarkozy.

Antes um socialista moderado, Fabius tendeu à esquerda na tentativa de aproveitar a boa repercussão do fato de ter desafiado a direção do partido para fazer campanha contra a Constituição européia, afinal rejeitada em referendo pela França no ano passado.

Royal já parece de olho no primeiro turno da eleição presidencial, em abril.

- Esta etapa é na verdade a primeira etapa das eleições presidenciais de 2007. Preciso de cada socialista, porque acho que somos mais fortes juntos, e que unidos vamos conseguir reformar a França em profundidade.

Foram seis semanas de debates pela TV, comícios e intensa cobertura da imprensa, na primeira vez em que um partido francês passa pelo complicado processo de eleições internas para definir seu candidato.

Essa disputa deu destaque ao partido, que lutou para se recuperar da humilhante derrota na eleição presidencial de 2002, em que seu candidato ficou em terceiro lugar, atrás do ultra-direitista Jean-Marie Le Pen.

Na reta final da campanha, Royal acusou seus rivais de chauvinismo, depois de passar semanas sendo acusada por seus adversários homens de ser uma populista sem idéias políticas.

Ela também enfrentou problemas com os influentes professores franceses -- que são quase 20% dos membros do partido -- por causa de um vídeo divulgado na semana passada na Internet em que Royal defende jornadas de trabalho mais longas para o magistério.

Royal só tem experiência em cargos de segundo escalão, mas domina os rivais mais experientes com propostas chamativas, como a de mandar jovens delinqüentes para treinamento militar.

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