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Quatro soldados americanos acusados de estupro e homicídio durante uma missão militar no Iraque alegaram nesta terça-feira à Corte Militar dos EUA que os crimes teriam sido causados por estresse.

Segundo o soldado Justic Cross, as condições na região de Mahmudiya, ao sul de Bagdá, onde os crimes ocorreram, em março deste ano, eram "massacrantes". De acordo com o militar, os soldados viviam sob constante temor de serem mortos.

- Aquilo deixava a gente louco. A gente sentia como se a cada passo pudesse explodir. A gente chegava a um ponto em que dizia: 'Se eu morrer hoje, morri'. Era simplesmente andar no passo da morte.

Na segunda-feira, testemunhas contaram ao tribunal do Quartel Liberdade como três soldados se revezaram para violentar sexualmente uma menina de 14 anos antes de matar a garota e sua família.

O caso provocou indignação no Iraque, e o primeiro-ministro Nuri Al Maliki pediu que seja revista a imunidade das tropas estrangeiras diante da lei iraquiana. Mahmudiya é parte do chamado Triângulo da Morte, onde há frequentes ataques e sequestros de insurgentes e da Al Qaeda.

Os soldados Jesse Spielman, 21 anos, James Barker, 23 anos, Bryan Howard, 19 anos, e o sargento Paul Cortez, 23 anos, podem ser condenados à morte pelas acusações na corte marcial. A audiência começou no domingo e deve durar vários dias.

O soldado Steven Green, 21 anos, enfrenta as mesmas acusações em um tribunal federal do Kentucky, sede do 502º Regimento de Infantaria, onde servia. Green, que se declarou inocente, foi desligado do Exército devido a um "distúrbio de personalidade".

Interrogado por um advogado sobre a possibilidade de Green ter cometido o estupro e os homicídios por conta própria, Cross disse que "Green não faz nada por conta própria."

O sargento Eric Lauzier, líder do esquadrão dos soldados acusados, disse na audiência que Green costumava dizer que queria matar iraquianos.

Durante o depoimento, os soldados contaram como Green jogou um cãozinho do telhado de um prédio e depois ateou fogo ao animal.

Segundo Cross, os soldados, para aliviarem o estresse, tomavam um xarope iraquiano contra a tosse que "dava um barato".

- Todo mundo estava muito deprimido. Era uma válvula de escape - disse ele.

Um paramédico do Exército iraquiano disse no domingo ao tribunal militar que entrou na casa e encontrou o corpo de Abeer Qasim Hamza Al Janabi, 14 anos, nu e queimado da cintura para cima, com um único tiro sob seu olho esquerdo.

Um quinto militar, o sargento Anthony Yribe, foi acusado de prevaricação e perjúrio.

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