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O Exército informou nesta sexta-feira (8) que vai investigar o que classificou como um "pequeno incidente" envolvendo militares brasileiros e policiais haitianos. Segundo relato feito à Reuters no Haiti pelo prefeito da favela de Cité Soleil, Wilson Louis, confirmado por testemunhas, cerca de 10 brasileiros da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), que atua no Haiti, teriam espancando dois policiais que estavam à paisana. Os dois foram identificados como Osnald Denis e Donson Bien-Aime.

"Quando componentes do pelotão aquartelados no Ponto Forte 16 procuravam identificar pessoas que se aglomeravam em frente à citada instalação, com o intuito de preservar a segurança do local, houve um pequeno incidente entre policiais da Polícia Nacional do Haiti e militares brasileiros", informou o Exército em comunicado.

Uma porta-voz da ONU no Haiti também afirmou que o incidente será alvo de investigação. Segundo os relatos, o ataque aparentemente gratuito contra os dois oficiais à paisana identificados como Osnald Denis e Donson Bien-Aime aconteceu na quarta-feira, na Cité Soleil, um gigantesco amontoado de barracos localizado na parte sul da capital haitiana, Porto Príncipe.

- Posso confirmar que os dois policiais foram violentamente espancados por soldados brasileiros da missão de paz da ONU - disse o prefeito de Cité Soleil. - Lamentamos e condenamos esse comportamento e os responsáveis por isso devem ser punidos.

Segundo testemunhas, os soldados da ONU mandaram que os policiais deixassem uma área durante uma operação de segurança realizada nas estreitas ruas e vielas da favela, antes controlada por gangues armadas cujos líderes eram, em sua maioria, leais ao presidente deposto Jean-Bertrand Aristide.

Policiais espancados teriam se identificado

Os dois policiais identificaram-se, mas foram espancados mesmo assim, um deles até ficar inconsciente. A agressão aconteceu depois de ambos terem se recusado sair da área, disse uma das testemunhas que afirmou chamar-se Maxon Edouard. Segundo Louis, os policiais estavam recebendo tratamento médico em um hospital local.

Oficiais graduados das forças de segurança do Haiti não foram encontrados para se manifestar sobre o incidente.No entanto, Souphie Boutaud de la Combe, porta-voz da ONU, disse que o incidente estava sendo investigado e prometeu que as sanções apropriadas seriam impostas caso se confirmem as acusações de abuso e de uso de força excessiva.

A força de paz da ONU - atualmente formada por 6.800 soldados e quase 2.000 policiais - regressou ao Haiti depois da deposição de Aristide em meio a uma rebelião armada ocorrida em fevereiro de 2004.

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