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mais cocaína

O governo dos Estados Unidos informou ontem que o cultivo de coca na Colômbia cresceu 39% no ano passado em relação a 2013. A área cultivada do principal componente da cocaína alcançou 120 mil hectares, quase o tamanho da cidade de São Paulo.

Pelo menos 53 meninas teriam sido violadas entre 2003 e 2007 na Colômbia por soldados e seguranças terceirizados dos Estados Unidos que atuavam no país. Eles teriam gravado os abusos e vendido os vídeos como material pornográfico, segundo o Relatório da Comissão Histórica do Conflito e suas Vítimas.

O estudo de 809 páginas foi encomendado a 12 especialistas, seis selecionados pelo governo colombiano e seis pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), como parte dos diálogos de paz entre as partes, realizados em Havana desde novembro de 2012.

No parágrafo elaborado por Renan Vega Cantor, professor do departamento de Ciências Sociais da Universidade Pedagógica Nacional, consta que os abusos ocorreram nas cidades de Melgar e Girardot, próximas à base militar de Tolemaida, a mais importante da Colômbia, no centro do país.

Os americanos estavam em território colombiano durante a execução do Plano Colômbia, criado em 200 pelo governo norte-americano para combater a produção e o tráfico de cocaína.

Em Melgar, um funcionário terceirizado e um sargento, cujos nomes não foram revelados, teriam estuprado uma menina de 12 anos em 2007, acrescenta o relatório, que não detalha as datas nas quais teriam ocorrido os outros abusos.

Vega afirma que há “informações abundantes sobre a violência sexual” cometida pelos americanos no país, “com total impunidade”. Ele classifica o caso como “imperialismo sexual” e considera que “faz parte de um comportamento sexista e discriminatório”. A impunidade seria possível “graças aos acordos bilaterais e à imunidade diplomática dos funcionários dos Estados Unidos”, avalia o professor universitário.

“Tanto as atividades que (os americanos) realizam, como seu status de imunidade, contribuem para a insegurança da população não só em zonas de conflito, mas também em outras áreas nas quais se concentram e estão em contato com a população civil”, afirma o relatório de Vega.

O professor menciona ainda que ocorreram “outros casos graves que envolvem soldados e mercenários” no país, e que incluiriam “homicídios, narcotráfico e venda de armamento a paramilitares”.

Esta informação faz parte do trecho intitulado “A dimensão internacional do conflito social e armado na Colômbia: ingerência dos Estados Unidos, contra-insurgência e terrorismo de Estado”. Vega analisa o papel dos Estados Unidos no conflito da Colômbia nos últimos 50 anos e as relações entre os dois países desde a independência colombiana da Espanha, em 1819.

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