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Um dia após o anúncio feito pela British Petroleum (BP) de que estancou o vazamento de óleo que polui o Golfo do México desde abril, o presidente dos EUA, Barack Obama, a mulher Michelle e a filha Sasha passeiam em Bar Harbor, no estado do Maine. Ainda que só pelo fim de semana, a “primeira família” está de férias – com risco de precisar interrompê-la caso a manobra de interrupção do derramamento não funcione | Jim Young/Reuters
Um dia após o anúncio feito pela British Petroleum (BP) de que estancou o vazamento de óleo que polui o Golfo do México desde abril, o presidente dos EUA, Barack Obama, a mulher Michelle e a filha Sasha passeiam em Bar Harbor, no estado do Maine. Ainda que só pelo fim de semana, a “primeira família” está de férias – com risco de precisar interrompê-la caso a manobra de interrupção do derramamento não funcione| Foto: Jim Young/Reuters

Segurança

Europa vai mudar regras de exploração

A União Europeia (UE) vai propor, a partir de setembro, não apenas uma mudança nas regras de segurança e de prevenção de acidentes na exploração de petróleo nas águas profundas pelos países do bloco — dando maior poder à Bruxelas —, como a criação de um tratado internacional para garantir segurança máxima nas plataformas. Não existe hoje nenhum instrumento internacional que controle isso.

É o que defende o comissário europeu de Energia, Guenther Oettinger, que propôs esta semana aos países da UE a suspensão temporária de novos projetos de exploração em águas profundas, até que as causas do acidente da BP no Golfo do México sejam esclarecidas.

Não é tarefa fácil. Um protocolo para combater a poluição provocada pela exploração em alto-mar no Mediterrâneo foi adotado em outubro de 1994 e até agora não entrou em vigor, porque nem todos os países ratificaram.

A própria UE não tem o controle da segurança na exploração petrolífera no continente.

  • Entenda procedimento que parou vazamento no Golfo do México

Um dia após a British Petroleum (BP) anunciar que selou o vazamento de petróleo no Golfo do México, medições indicaram que a pressão no sistema de contenção não alcançou o nível ideal – um possível sinal de que ainda há escape de óleo.

Mas, até o início da noite de ontem, a BP informou que não detectou novos vazamentos em seu monitoramento do primeiro dia depois de ter colocado uma tampa no poço danificado.

Thad Allen, o encarregado de comandar a reação ao acidente, disse que o progresso da contenção era "em geral uma boa notícia’’, mas que requer observação.

O principal objetivo da instalação da tampa pela BP é averiguar se não há vazamentos laterais na tubulação. Ao aumentar a pressão na tubulação do poço, fechando válvulas de maneira controlada, os funcionários da BP podem testar se existem vazamentos nos tubos sob o leito do mar.

Uma grande vantagem da tampa é que, mesmo que não segure todo o óleo no longo prazo, ela permite anexar outros tubos que podem bombear o petróleo da saída do poço, a 1.500 metros de profundidade no leito do mar, para navios-tanque, na superfície.

Cautela

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o selamento do poço de petróleo que vaza no Golfo do México é uma medida de curto prazo. Obama acrescentou que, embora a notícia seja bem-vinda, ele está concentrado nas operações de longo prazo, que envolvem a perfuração de poços laterais adicionais.

O presidente reafirmou que a solução de longo prazo ainda é a perfuração de poços de alívio. Quando concluídos e conectados ao poço principal, eles serão preenchidos com lama e depois la­­crados com cimento, fechando permanentemente o vazamento.

Obama ainda afirmou que as decisões serão baseadas em "ciência e não em relações públicas", tentando conter o entusiasmo de muitos com a notícia do fim do vazamento.

Ele também disse que a perfuração dos poços de alívio está um pouco adiantada. Mas acrescentou que a fase de conexão final entre os poços é demorada. A BP estima que a operação seja concretizada em meados de agosto.

Danos

O desastre ambiental deixou bolas de piche ao longo da costa e enormes manchas de óleo na água do Golfo do México. Além das consequências ambientais, as econômicas e psicológicas tam­­bém afetaram pesadamente os habitantes de Mississipi, Loui­­sia­­na, Texas, Flórida e Ala­­bama. Te­­me-se que outros esta­­dos, co­­mo Carolina do Sul e Ca­­rolina do Norte, sejam atingidos pelo óleo nos próximos meses.

A indústria pesqueira foi es­­pecialmente afetada. A população de ostras da região, responsável por cerca de 70% do mercado interno, registrou grande quantidade de mortes.

A empresa britânica BP também sofreu um duro golpe com os desdobramentos da explosão da plataforma. Seu prejuízo foi de bilhões de dólares até agora, causado por gastos com limpeza e reparos nas áreas atingidas, indenizações e pela queda do preço de suas ações, que chegaram quase à metade do valor que tinham an­­tes do vazamento.

Há expectativa de um grande número de ações indenizatórias contra a empresa.

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