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Os fundamentalistas islâmicos da milícia Al Shabab, que combatem há seis anos o governo somali, serão anistiados se mostrarem seu arrependimento, afirmou nesta quarta-feira (8) o presidente da Somália, Sharif Sheikh Ahmed, em uma entrevista a um grupo de correspondentes estrangeiros deslocados a Mogadíscio.

"Haverá algum tipo de anistia geral. Todo mundo poderá se beneficiar dela, mas com condições, e cada um saberá a que tipo de anistia poderá recorrer", detalhou o chefe do Governo Federal de Transição (GFT) somali, que ostenta o cargo desde 2009.

"Se alguém é membro da Al Qaeda (rede terrorista à qual o Al Shabab aderiu de maneira formal em fevereiro), então terá que denunciar os atos de terrorismo, aceitar uma reintegração na sociedade e não possuir um destacado histórico criminoso", acrescentou.

Da mesma forma que ocorre com as piratas somalis, o líder opinou que parte da raiz do problema com o islamismo radical na Somália está na insegurança.

"Se a questão da insegurança for resolvida, eles também se beneficiarão", ressaltou.

O grande desafio da Somália, neste momento, é pacificar todo o território, controlado em boa parte - principalmente no centro e no sul do país - pelo Al Shabab e grupos afines.

Outro problema é a galopante corrupção que afeta o governo, segundo denunciou no mês passado um relatório do Grupo de Acompanhamento para a Somália da ONU, que chegou inclusive a pedir sanções para os líderes corruptos.

"Trabalhamos em um país no qual os serviços sociais e o sistema financeiro desmoronaram. Lutamos contra a Al Qaeda, mas no próximo mandato todos os sistemas serão reconstruídos", garantiu o presidente, sem especificar mecanismos anticorrupção.

"Os próximos quatro anos significarão muito para a Somália, porque o conflito está terminando e o país se dirige rumo a uma nova direção política, econômica e social", previu o chefe de Estado.

A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi deposto, o que deixou o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas, senhores da guerra e bandos de criminosos armados.

Na atualidade, o país está imerso em um processo para finalizar a transição política, que deveria concluir no próximo dia 20 de agosto com a eleição de um novo presidente, cargo para o qual Ahmed é candidato com amplas chances de vitória.

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