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O Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE) propôs nesta segunda-feira (23) um cessar-fogo com o Sri Lanka, mas a ideia foi imediatamente rejeitada pelo governo cingalês. Os rebeldes tâmeis perderam, nos últimos meses, a maior parte de suas posições para as forças do governo cingalês e estão encurralados em uma faixa de terra no nordeste do país. Analistas militares consideram que a derrota rebelde é praticamente irreversível e o governo insiste em que capturará em breve o pouco que resta dos territórios controlados pelo LTTE.

"Estamos prontos para discutir, cooperar e trabalhar juntos em todos os esforços para obter um cessar-fogo imediato e trabalhar num acordo político", dizia a proposta assinada por Balasingham Nadesan, líder político do LTTE, e endereçada também às Nações Unidas, à Grã-Bretanha, à Noruega, ao Japão e aos Estados Unidos. No entanto, Nadesan rejeitou as exigências internacionais para que os rebeldes deponham suas armas sob a alegação de que elas são "o escudo protetor do povo tâmil e sua ferramenta de libertação política".

Ao rejeitar a proposta de trégua, o governo cingalês qualificou a tentativa dos rebeldes como um último esforço "para salvar suas peles miseráveis". O presidente do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, disse que seu governo não aceitará dos rebeldes nada que não seja uma rendição incondicional. Em Nova York, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, conclamou ambos os lados a retomarem as negociações de paz e deplorou o crescente número de civis no conflito. Em Bruxelas, os ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE) defenderam um cessar-fogo imediato, mas conclamaram os rebeldes a "renunciarem ao terrorismo e à violência de uma vez por todas".

O grupo Human Rights Watch (HRW) denunciou recentemente que mais de 2.000 civis morreram no Sri Lanka entre o fim de 2008 e o início de 2009 e acusou tanto o governo quanto os rebeldes de terem cometido crimes de guerra. O Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE) luta desde 1983 por uma pátria independente para a minoria tâmil do Sri Lanka no norte da ilha. Mais de 70.000 pessoas morreram em mais de duas décadas e meia de violência. Os rebeldes denunciam que são marginalizados há décadas por governos dominados pela maioria cingalesa do país.

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