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“Peço à juventude do Egito, aos trabalhadores, que voltem para casa e para o trabalho”, Omar Suleiman, vice-presidente do Egito ao discursar ontem na tevê | Mohammed Salem / Reuters
“Peço à juventude do Egito, aos trabalhadores, que voltem para casa e para o trabalho”, Omar Suleiman, vice-presidente do Egito ao discursar ontem na tevê| Foto: Mohammed Salem / Reuters

EUA farão tudo pela transição, diz Obama

Ainda sob a expectativa em torno do discurso do ditador egípcio, Hosni Mubarak, o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou ontem que os EUA farão "tudo o que for preciso’’ para apoiar a transição para a democracia.

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Egípcios não aceitarão a ditadura

Autor do livro sobre Hosni Mubarak "O último faraó", banido no mundo árabe, o egípcio Aladdin Elaasar diz que a revolta no Egito é um movimento que não pode ser mais contido, e que o povo não aceitará uma ditadura militar. De Chicago, onde vive, Elaasar diz que o Ocidente não deve ter medo desta rebelião e precisa defender a democracia.

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Washington e Cairo - O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, "é o chefe de Estado de facto" do país árabe depois de o presidente Hosni Mubarak ter afirmado em discurso que havia delegado seus poderes. A análise é do embaixador egípcio em Washington, Sameh Shoukry.

"O presidente disse muito claramente que estava transferindo toda a sua autoridade presidencial ao vice-presidente", assegurou Shoukry em entrevista concedida à emissora norte-americana de televisão CNN.

"O presidente Mubarak transferiu os poderes da presidência ao vice-presidente, que agora detém toda autoridade de presidente. Portanto, podemos dizer que o presidente (Mubarak) é o presidente de direito e que o vice-presidente (Suleiman) é o presidente de facto", afirmou. "Sulei­­man ficará com o comando do exército, pois a autoridade foi plenamente delegada", acrescentou.

Suleiman era chefe da inteligência egípcia antes de sair das sombras e ser nomeado vice-presidente de Mubarak. Mais confortável em um terno e gravata do que em um uniforme, Suleiman – sempre vestido de forma im­­pecável – é visto como um ho­­mem leal a Mubarak. Ele também é um negociador discreto que prefere trabalhar nos bastidores – um talento que será co­­locado à prova ao conduzir o país em meio a manifestações e os muito desafios que o mais populoso país árabe terá de enfrentar.

Suleiman tem 77 anos, recebeu treinamento militar na ex­­tinta União Soviética, e foi por anos uma figura enigmática para o mundo e no Egito, onde todas as atividades militares eram ro­­deadas de mistério. Mas ele conseguiu ampliar sua faceta pública nos últimos anos, sendo apontado até mesmo antes das insurreições como um potencial su­­cessor de Mubarak.

Greves

A missão de Suleiman para apaziguar o país é quase impossível. Milhares de trabalhadores egípcios participaram ontem de greves, ocupações e protestos por aumento de salários e melhores condições de trabalho, colocando mais pressão sobre o governo.

Até ontem, os movimentos grevistas pareciam ter um elemento de oportunismo, com os trabalhadores pressionando por suas demandas num momento em que o governo já está preocupado com os protestos contra Mu­­barak. As mais de duas semanas de protestos antigoverno, porém, estimularam os trabalhadores egípcios a pressionar por antigas demandas. "Essa pode ser a segunda onda desta revolução. E definitivamente ela cria uma nova realidade com qual terá de lidar qualquer governo futuro", disse Gamal Soltan, do Centro al-Ahram para Estudos Políticos e Estratégicos.

Na esperança de estabelecer elos com os trabalhadores descontentes, os ativistas pró-de­­mo­­cracia afirmaram que estavam formando comitês cujo ob­­­­jetivo era organizar as greves, as passeatas e ocupações pacíficas de prédios estatais sem provocar respostas violentas das autoridades.

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