Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
EUA

Suprema Corte dá vitória a Obama na reforma da saúde

Principal proposta do governo democrata, lei inclui no sistema 30 milhões de americanos sem seguro-saúde

Líderes religiosos protestam com a Bíblia em frente da Suprema Corte dos EUA durante julgamento da reforma de saúde | Jason Reed/Reuters
Líderes religiosos protestam com a Bíblia em frente da Suprema Corte dos EUA durante julgamento da reforma de saúde (Foto: Jason Reed/Reuters)

Um juiz conservador deu on­­­­tem ao presidente Barack Obama a ma­­ior vitória política de seu governo, a menos de cinco­­ meses das eleições gerais, ao desempatar uma decisão da Suprema Corte a favor da reforma que expande o sistema de saúde dos EUA.

A chamada Lei do Seguro Saúde Acessível, que inclui no sistema 30 milhões de americanos e foi aprovada sem respaldo dos deputados de oposição em março de 2010, foi parar na máxima instância judicial após ser contestada por 26 estados.

Principal plataforma de Obama, consumiu seu capital político no primeiro ano de governo e lhe rendeu críticas por não ter priorizado a crise no sistema habitacional.

O ministro-chefe do Su­­premo, o conservador John Roberts, surpreendeu ao desempatar a favor do presidente, e o tribunal aprovou por 5 votos a 4 o ponto central da lei.

Com ele, todo mundo que vive nos EUA passa a ser obrigado a ter um seguro de saúde, sob pena de pagar uma multa (agora juridicamente transformada em "imposto").

O país não possui cobertura de saúde universal, e a cada ano dezenas de milhões de americanos deixam de pagar as contas médicas, falindo ou onerando o governo (na conta da revista Economist, em 2009 foram 50 milhões).

Com a nova lei, que passa a vigorar plenamente em janeiro de 2014, os mais pobres também serão obrigados a adquirir um seguro. Aqueles com renda familiar mensal abaixo de R$ 2.390, porém, terão subsídio parcial do governo federal e dos estados.

A favor da oposição, o Supremo derrubou um artigo que ampliaria o subsídio para famílias com renda mensal de até R$ 5 mil.

Impopularidade

A decisão chancela que as seguradoras não poderão recusar clientes com doenças preexistentes nem subir o preço ou limitar a cobertura de acordo com o sexo e a condição física, praxe no país.

Empresas médias e grandes terão de cobrir parte do seguro dos funcionários.

"Não fiz [a reforma] porque se tratava de boa política. Fiz por acreditar ser o melhor para o país e a população americana", discursou Obama, colando ao discurso seu slogan eleitoral: "continuaremos indo para frente".

OposiçãoRomney diz que abolirá reforma se for eleito presidente dos EUA

AFP

O candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, reiterou ontem que vai abolir a reforma da saúde de Barack Obama no seu primeiro dia na Presidência dos Estados Unidos, caso derrote em novembro o atual presidente.

"O que a Suprema Corte não fez hoje (ontem), eu farei no meu primeiro dia como presidente dos Estados Unidos", prometeu Romney, que se manifestou pouco depois do anúncio da validação da lei mais simbólica da presidência Obama pela mais alta jurisdição do país.

Romney, que fez essas declarações em tom presidencial com o Capitólio, sede do Parlamento americano, atrás de si, classificou a reforma da saúde de "ruim" pelo fato de ela se traduzir, segundo ele, por um aumento de impostos em torno de US$ 500 bilhões.

A lei "adiciona trilhões aos nossos déficits e ao nosso endividamento", denunciou Romney, classificando a reforma de 2010 de "matadora de empregos".

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.