Suspeita de pedofilia no Congresso americano

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Mark Foley, o republicano que renunciou ao seu mandato de deputado federal pelo estado da Flórida depois que a rede ABC de TV denunciou uma troca de emails entre ele e contínuos e guias de visitas do Congresso menores de idade que sugerem conteúdo sexual, anunciou nesta segunda-feira que se internou numa clínica para tratar de alcoolismo.

O anúncio se deu um dia depois de o FBI, a polícia federal americana, ter aberto investigação, ao lado de advogados do Departamento de Justiça, para tentar determinar quantos emails foram enviados e quais dos adolescentes, todos estudantes de nível médio, poderiam cooperar no caso.

A pedido do presidente da Câmara, o também republicano Dennis Hastert, o FBI investiga a possibilidade de o comportamento de Foley ter sido acobertado por colegas do Partido Republicano dentro do Congresso. Foley teve seis mandatos consecutivos.

Também a Flórida abriu investigação contra ele.

Parte do noticiário americano sobre Foley nesta segunda-feira levanta a possibilidade de seu comportamento ser do conhecimento de Washington há muitos anos e, assim, o escândalo pode se desdobrar em outro.

Ao mesmo tempo, a confusão abre mais caminho para um êxito democrata nas eleições de novembro, que vão renovar a Câmara, parte do Senado e o governo de alguns estados.

A própria rede ABC, autora da denúncia, afirma nesta segunda-feira que há pelo menos cinco anos Washington tem conhecimento da obsessão de Foley por rapazes de 16 e 17 anos que trabalham no Congresso. E pouco parece ter sido feito para que ele não os assediasse. Um dos rapazes que trabalhou lá, Matthew Loraditch, contou à rede que eles costumavam ser alertados para os avanços do então deputado.

A rede tem cópias de mensagens de Foley na internet, enviadas para três contínuos e guias. Duas delas datam de 2001-2002 e são de conteúdo explicitamente sexual. Numa, ele diz: "Para ser honeto, estou um pouco interessado em você". O rapaz responde: "Ainda sou jovem, tipo menor de 18. Não quero fazer nada ilegal. Não tenho 18". O então deputado escreveu de volta: "Legal... Não se esqueça de medir para mim". O que Foley tinha em mente era a dimensão do pênis do rapaz.

Por ironia, ele é um dos parlamentares que trabalharam para a aprovação da lei que torna crime a pedofilia na internet. Ele pertencia a uma bancada denominada Bancada das Crianças Desaparecidas e Exploradas.

Assim, se processado, ele o será sob a égide da lei que ajudou a aprovar.