• Carregando...
Primeira-ministra interina Yingluck Shinawatra, principal alvo dos protestos, votou protegida por um forte esquema de segurança | Damir Sagolj/Reuters
Primeira-ministra interina Yingluck Shinawatra, principal alvo dos protestos, votou protegida por um forte esquema de segurança| Foto: Damir Sagolj/Reuters

Violência

Atentado no sul do país deixa pelo menos quatro mortos

Pelo menos três soldados e um dirigente local morreram na noite de sábado em um atentado com bomba no sul da Tailândia, quando iam inspecionar um colégio eleitoral, informou ontem a Comissão Eleitoral do país.

O secretário-geral da comissão, Puchong Nutrawong, indicou que o atentado não está relacionado com a eleição, mas com o confronto entre insurgentes muçulmanos e uma unidade de defesa local na província de Pattani, segundo o jornal Bangcoc Post.

O artefato explodiu quando os três soldados e o dirigente local se dirigiam ao colégio eleitoral no distrito de Khok Pho, onde havia acontecido o choque, às vésperas da realização das eleições antecipadas.

A votação transcorreu ontem em meio ao boicote do principal partido da oposição e à rejeição dos manifestantes antigovernamentais, que impediram o voto em várias circunscrições na capital e nas províncias sulinas.

  • Manifestantes exigiram seu direito ao voto em locais onde o pleito foi adiado

Manifestações durante as eleições parlamentares na Tailândia, ontem, impediram a votação em cerca de 10% dos distritos eleitorais do país.

As tensões se concentraram principalmente na capital, Bangcoc, onde opositores chegaram a bloquear o transporte de urnas e interditaram o acesso a 13 dos 33 locais de votação. No sul, tradicional base de apoio do oposicionista Partido Democrata, o pleito foi interrompido em quase metade das seções eleitorais.

Contudo, não foram registrados atos generalizados de violência, como era temido.

Uma votação complementar, que atenderá os distritos impedidos de participar do pleito ontem, foi marcada para o dia 23 de fevereiro.

Com o resultado inconclusivo das eleições deste domingo, o Parlamento não terá membros eleitos suficientes para uma sessão regular.

Dessa forma, a primei­ra-ministra Yingluck Shina­watra, acusada pela oposição de corrupção e de governar sob influência de seu irmão Thaksin, não terá condições de formar um novo governo ou sequer aprovar o Orçamento até as votações complementares.

O Partido Democrata, que apoiou os protestos, não tem a maioria no Parlamento há mais de duas décadas.

Proibições

Mais de meia centena de partidos concorreram neste pleito, no qual os antigovernamentais impediram o registro de 28 candidatos no sul e centenas de milhares de pessoas não puderam exercer seu direito ao voto.

O Partido Democrata, a principal legenda da oposição – que não ganhou eleições nas duas últimas décadas –, não apresentou candidatos, porque exigia reformas políticas antes de se realizar eleições.

Cerca de 200 mil policiais foram deslocados em todo o país para garantir o desenvolvimento pacífico da jornada eleitoral, dos quais 10 mil somente em Bangcoc, apoiados por cerca de 7 mil soldados.

Protestos

Manifestantes da oposição protestam há três meses pela renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, acusada de governar sob influência de seu irmão Thaksin, ex-chefe de governo destituído por um golpe de Estado militar em 2006.

Thaksin, um milionário que vive no exílio, é acusado de ter estabelecido um sistema de corrupção generalizado a favor de seus aliados.

Liderados pelo ex-vice-primeiro ministro Suthep Thaugsuban, opositores ao governo defendiam o adiamento das eleições marcadas para ontem.

"É fato que a maioria dos cidadãos considera o atual sistema eleitoral antidemocrático. As eleições trarão mais ditadura ao país. O povo quer reformas antes de votar para ter uma democracia verdadeira", disse Suthep na última quinta-feira.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]