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Confrontos em Diyarbakir | REUTERS/Sertac Kayar
Confrontos em Diyarbakir| Foto: REUTERS/Sertac Kayar

Blindados do exército turco seguem nesta quarta-feira nas ruas de Diyarbakir, principal cidade da região Sul de maioria curda, para impor o toque de recolher após conflitos entre os curdos esquerdistas e radicais islâmicos que resultaram em 18 mortos ontem.

O ministro da Agricultura da Turquia, Mehdi Eker, confirmou hoje em entrevista coletiva em Diyarbakir o total de vítimas. Segundo ele, dez morreram somente na cidade. As outras mortes foram registradas em províncias do sudeste do país.

Eker confirmou também que outras 45 pessoas foram atendidas em hospitais da região. Outras 30 foram detidas pelas autoridades turcas.

Uma das vítimas não resistiu ao impacto de uma bomba de gás lacrimogênio lançada pela Polícia. As demais morreram em decorrência dos tiroteios entre os curdos esquerdistas e os radicais islâmicos.

Blindados militares e veículos-lagarta armados com metralhadoras controlam vários pontos estratégicos de Diyarbakir desde a madrugada passada.

Barricadas, construídas ontem à noite durante os protestos, seguem nas ruas. Os curdos protestam contra o assédio do Estado Islâmico (EI) contra a cidade curdo-síria de Kobani e a postura da Turquia, que não permite a chegada de ajuda ou armas à cidade sitiada.

No entanto, o toque de recolher imposto até a manhã de quinta-feira está funcionando e as ruas estão vazias, sem manifestações, informaram à Agência Efe jornalistas locais.

Eker pediu que as pessoas "deixem de lado o ódio", mas relacionou os distúrbios a um "lobby de criação do caos" para "envenenar o processo de paz" em que estão envolvidos o governo e a guerrilha curda.

Várias vozes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em língua curda), que negocia há quase dois anos com o governo para encerrar o conflito curdo, anunciaram a ruptura do processo se a postura da Turquia contribuir para a queda de Kobani nas mãos do EI.

A Turquia não só tem evitado a intervenção militar contra os jihadistas, que se movimentam comodamente a poucas centenas de metros da fronteira do país, mas também não permite a chegada de ajuda humanitária, armas ou militantes curdos a Kobani.

O ministro destacou que a maioria das mortes ocorreu "em ataques contra uma associação", em referência ao partido islamita curdo radical Hüda-Par, uma refundação da rede terrorista Hezbollah entre os curdos, que na década de 1990 se dedicava a assassinar simpatizantes do PKK.

O ministro criticou os curdos da Turquia que destruíram lojas de "outros curdos" para protestar contra o avanço do EI, algo que considerou como "vandalismo".

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