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Míssil de cruzeiro Ghader, com alcance de 200 km, é disparado no último dos dez dias de manobras de guerra realizadas pelo Irã na região do Estreito de Ormuz, no sul do país | Ebrahim Norouzi (Jamejamonline)/Reuters
Míssil de cruzeiro Ghader, com alcance de 200 km, é disparado no último dos dez dias de manobras de guerra realizadas pelo Irã na região do Estreito de Ormuz, no sul do país| Foto: Ebrahim Norouzi (Jamejamonline)/Reuters

Em meio ao clima de tensão no golfo Pérsico e às trocas de ameaças entre Teerã e Washington, o Irã anunciou ontem que testou dois mísseis de longo alcance com sucesso. Horas antes, a Marinha iraniana indicou que, durante o dia, as manobras navais deveriam simular o fechamento do estreito de Ormuz.

Segundo a agência estatal Irna, o país executou testes com mísseis de cruzeiro terra-mar Ghader na região do estreito. "O míssil terra-mar de longo alcance Ghader foi testado com êxito pela primeira vez", destacou a agência oficial. O projétil pode atingir alvos em até 200 km.

O almirante Mahmud Musavi, porta-voz das manobras navais executadas pelo Irã no Estreito de Ormuz, por onde transita 35% do transporte petroleiro mundial, afirmou que "o míssil construído por especialistas iranianos atingiu o alvo com êxito e o destruiu".

Mais cedo, Musavi anunciou que o Irã testaria três mísseis pela primeira vez: "um míssil terra-mar de longo alcance Ghader, um míssil de curto alcance Nasr e um míssil terra-terra Nur".

"Ghader é um sistema de mísseis ultramoderno com radar integrado cujo alcance e sistema inteligente para evitar ser detectado foram aperfeiçoados em relação às gerações anteriores", disse.

Com alcance de 200 km, o Ghader é apresentado como um "míssil de cruzeiro" de fabricação totalmente iraniana. "O sistema ultramoderno Nur foi aperfeiçoado no dispositivo antirradar e de detecção do alvo", completou Musavi.

O Nur, míssil terra-terra de al­­cance médio, é uma versão modificada do C-802 chino (120 km a 180 km de alcance).

Repercussão

A primeira reação aos testes do Irã veio ontem do governo francês, que avaliou a manobra como um "mau sinal" enviado à comunidade internacional pela República Islâmica.

"Lamentamos esse sinal muito mal dirigido à comunidade internacional com os recentes testes de mísseis anunciados pelo Irã", disse Bernard Valero, porta-voz do Ministério francês das Relações Exteriores.

Pouco depois, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse que as manobras militares realizadas pelo governo iraniano no Estreito de Ormuz revelaram seu desespero diante das sanções impostas pelos países ocidentais.

"Essas manobras no Estreito de Ormuz, e os tiros de mísseis na mesma região refletem, na minha opinião, o desespero do Irã diante do reforço das sanções", disse Barak em Jerusalém a membros de seu partido, o Independência.

Barak disse também que o regime de Teerã está preocupado "com as discussões sobre eventuais sanções contra o banco central" iraniano.

"Não creio que o Irã possa seriamente propor o fechamento do Estreito de Ormuz, ainda que as sanções sejam agravadas, porque uma iniciativa como essa voltaria o mundo inteiro contra eles", afirmou Barak.

No sábado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aprovou novas sanções contra o Banco Central e o setor financeiro do Irã. O objetivo é castigar o país persa pelo seu programa nuclear.

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