• Carregando...
Tanque israelense patrulha fronteira com a Faixa de Gaza | JACK GUEZ/AFP
Tanque israelense patrulha fronteira com a Faixa de Gaza| Foto: JACK GUEZ/AFP

Militantes palestinos na Faixa de Gaza lançaram, pelo menos, 70 foguetes e morteiros em direção a Israel na terça-feira. As tensões na região ganharam força após semanas de protestos com vítimas fatais e provocações e ataques nas fronteiras. Militares israelenses apontam que a maioria dos projeteis foi derrubado pelo sistema de defesa antiaérea. Pelo menos sete pessoas ficaram feridas, três deles soldados. Um dos morteiros atingiu, na manhã de terça-feira, o jardim de uma escola infantil. Nenhuma criança estava na escola no momento, 

Em questão de horas, Israel respondeu com ataques aéreos em pontos específicos de Gaza. Israel diz que os alvos foram campos de treinamento pertencentes ao Hamas, o grupo terrorista islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e a Jihad Islâmica Palestina, outro grupo a quem Israel atribuiu os lançamentos de foguetes e morteiros. 

Leia mais: Maioria dos mortos no confronto em Gaza era membro do Hamas

“O Exército responderá com grande força a esses ataques. Israel cobrará um preço pesado de quem tentar ataca-lo. Nós vemos o Hamas como o responsável por efetuar estes ataques”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

O movimento continuou à noite, segundo o jornal “The Times of Israel”. As Forças Armadas Israelenses atacaram 25 alvos do Hamas. Jatos e helicópteros atingiram fábricas de armas, uma unidade de fabricação de foguetes, campos de treinamento e outras instalações ligadas ao grupo terrorista. Muitos moradores do Sul de Israel, com medo de serem atingidos pelos foguetes e morteiros, passaram a noite em abrigos anti-aéreos. 

O Hamas e a Jihad Islâmica divulgaram um comunicado conjunto assumindo a responsabilidade pelos ataques com foguetes, apontando que não tem interesse em reduzir as operações.  No domingo, forças israelenses mataram três militantes da Jihad Islâmica em retaliação por um artefato explosivo colocado na cerca que marca a fronteira entre Gaza e Israel. O grupo terrorista prometeu vingança. 

Ataque é o maior desde 2014

O tenente-coronel Jonathan Conricus, porta-voz do Exército israelense, disse que o ataque realizado a partir de Gaza foi o maior realizado desde 2014. Segundo ele, alguns dos morteiros eram de fabricação iraniana. 

O militar afirmou que, em resposta aos ataques, as forças israelenses atingiram alvos em Gaza e destruíram um túnel construído com a finalidade de atacar Israel. 

Itamar Ya’ar, ex-chefe adjunto do Conselho de Segurança Nacional de Israel, disse que é improvável que estes ataques possam levar a outra guerra, porque nenhum dos lados está interessado em tal confronto. “Mas é claro que as coisas podem mudar.” 

Leia mais: O Hamas é um grupo terrorista e não deve ser endeusado

Mukhaimer Abu Saada, um professor de ciência política da Universidade al-Azhar disse que ainda não foi uma declaração de guerra, mas a possibilidade existe. 

As tensões entre Gaza e Israel aumentaram nos últimos meses. Moradores do enclave costeiro, que estão sob um pesado bloqueio israelense e egípcio por terra e mar desde que o Hamas tomou o poder há mais de uma década, vem realizando manifestações semanais na fronteira. Eles exigem o direito de retornar ao território onde se situa Israel e expressam frustração por uma grave crise humanitária. 

Neste mês, em apenas um dia de protestos, forças israelenses mataram mais de 60 moradores da Faixa de Gaza, a maioria deles ligados ao grupo terrorista Hamas. 

Tentativa de furar bloqueio naval

Na terça-feira, uma frota de 65 barcos saiu de Gaza, na tentativa de romper o bloqueio para levar alguns feridos nas manifestações para que estes fossem submetidos a tratamento médico. Israel não tem permitido que todos os feridos cruzem a fronteira em direção ao território palestino da Cisjordânia. 

Enquanto a maioria das embarcações retornou a Gaza, após chegar à uma área restrita, o plano de um dos barcos era ir para Chipre. Segundo as Forças Armadas Israelenses, ele foi interceptado e forçado a ir ao porto israelense de Ashdod. Dezessete palestinos estariam a bordo e a embarcação foi apreendida. 

Leia mais: Hamas foca no terror e sufoca cerca de 2 milhões de pessoas 

Khaled al-Batsh, uma liderança da Jihad Islâmica e chefe do comitê de protestos disse que a meta era “fazer com que o mundo prestasse atenção às mais de 2 milhões de pessoas que moram em Gaza e desejam uma vida melhor.”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]